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As delações, o STF e as reformas
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Por André Leite, da TAG Investimentos

Os analistas de mercado, sempre guiados no binário cartesiano, acham que um governo fraco não aprova reformas como a da Previdência. Tendemos a discordar disso.

O Brasil se explica pelas suas contradições e não pela sua (escassa) lógica. Por isso não é para iniciantes.

Quem tem popularidade não coloca uma Previdência na pauta pois tem o que perder. Só quem vive no desespero da pinguela balançando é que tem coragem e estímulo para tanto. Não tem muito o que perder e sabe que a vida sem foro privilegiado é um verdadeiro inferno. Logo, eles farão “whatever it takes” para  ficarem no conforto do STF.

Isso posto, nosso cenário base é de que:

  • Reforma da Previdência passa;
  • As relações da Odebrecht irão tramitar lentamente no STF, dando tempo p esse governo acabar (só o caso da amante do Renan foram 9 anos). Quem deve se preocupar é quem está fora do abrigo do STF;
  • Teremos tensão e volatilidade no preço dos ativos, pois esses senhores irão ao longo destes 2 anos tentar mais alquimias para se livrarem de vez e a sociedade vai reagir.

O segredo para essa cirurgia bariátrica no estado funcionar é justamente o fogo ser mantido brando no cangote do governo e seus aliados.  Se esfriar eles entram na zona de conforto. Se esquentar a ponto de derreter aí não aprova mais nada. Esse seria o risco de povo na rua, desordem, etc…

Porém aí a nossa natureza de Macunaíma nos ajuda, pois teremos as festas e depois carnaval. O nosso herói preguiçoso e de pouco caráter está focado no panetone e no bloco de carnaval.

É triste mas é a realidade.

O Brasil só anda na frente quando tem um leão faminto no cangote.

O pior cenário para as reformas definitivamente seriam novas eleições (especialmente diretas). Não há mágico que consiga se eleger no voto popular defendendo a Reforma da Previdência.  O ideal em termos de país é que o governo provisório concentre o grosso das reformas impopulares, cabendo ao próximo uma agenda mais voltada nas reformas microeconômicas e, sonhando muito, as privatizações, que dariam tração ao crescimento.

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