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As setes lições olímpicas – coluna de hoje na Gazeta do Povo
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A Olimpíada do Rio se aproxima do fim, e podemos tirar algumas importantes lições do megaevento. Em primeiro lugar, o Brasil é sim capaz de organizar uma grande festa. Mas essa nunca foi a dúvida real. Nós, como as cigarras da fábula, somos bons de farra mesmo. O que não sabemos fazer tão bem é construir um país civilizado, de primeiro mundo.

E isso fica claro logo com o segundo ponto: essa foi a Olimpíada das vaias. Como dizia Nelson Rodrigues, brasileiro vaia até minuto de silêncio. No calor da disputa de futebol entre nós, tudo bem. Mas na Olimpíada deveria ser diferente. Somos os anfitriões recebendo nossos convidados. Vaiar os outros o tempo todo é simplesmente falta de educação.

O caso do francês Renaud Lavillenie, que perdeu a medalha de ouro do salto com vara para o brasileiro Thiago Braz, foi o mais escandaloso. Mas vaiamos tudo, até tênis! Para quem tem um pingo de educação, isso foi motivo de profunda vergonha. O Brasil às vezes parece uma grande tribo, que só enxerga “nós” contra “eles” o tempo todo.

Por falar nisso, eis a terceira lição: sofremos do complexo de vira-latas mesmo, como sabia Nelson Rodrigues. Qualquer elogio que vem de fora, ainda que falso, é motivo de extrema felicidade, e logo abanamos o rabo pedindo mais. Enquanto isso, qualquer crítica, ainda que verdadeira, é motivo de revolta, com nosso orgulho ferido de morte.

Leia mais aqui.

Rodrigo Constantino

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