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Kehl. Acreditem, ela é ainda pior do que Dilma!
Kehl. Acreditem, ela é ainda pior do que Dilma!| Foto:

Uma vez aprovado o impeachment na Câmara, o processo deverá transitar relativamente rápido pelo Senado, culminando no afastamento definitivo da presidente Dilma. Claro que não dá para abaixar a guarda quando se trata do PT, um “partido” golpista disposto a tudo para não sair do poder. Mas tal resultado parece inevitável.

O que os discursos patéticos dos petistas visam, portanto, é à construção de uma narrativa feita para alimentar as esquerdas radicais. Nessa narrativa, o “partido” precisa ser visto como vítima de uma conspiração das elites. Qualquer pessoa minimamente atenta irá rir diante desse discurso canalha.

Mas era patético o discurso de que os comunistas guerrilheiros, como a própria Dilma, lutavam pela democracia na década de 1960, e isso nunca os impediu de seduzir idiotas úteis com ele. A batalha pela narrativa do impeachment, portanto, é tão importante quanto o próprio impeachment. Os militares erraram ao achar que só o poder político direto importava, deixando a cultura sob o controle hegemônico dos comunistas. Deu nisso.

Vários “intelectuais” ligados ao lulopetismo já iniciaram a campanha pela narrativa falsa. Em artigo publicado hoje na Folha, por exemplo, Maria Rita Kehl consegue a façanha de pintar Dilma como uma grande combatente da corrupção, impedida justamente por tal mérito. É muita cara de pau, eu sei, mas esses dementes têm influência, ocupam cargos importantes nas universidades ou na imprensa, e influenciam jovens alienados.

Esse crime cultural cometido todos os dias em nossas salas de aulas por militantes disfarçados de professores é o grande câncer do Brasil, mais até do que o PT. Afinal, é ele que explica o fenômeno lulopetista. Foi o tema da coluna de Luiz Felipe Pondé na Folha hoje. Diz o filósofo:

Mesmo após o teatro do impeachment, a história do Brasil narrada pelo PT continuará a ser escrita e ensinada em sala de aula. Seus filhos e netos continuarão a ser educados por professores que ensinarão esta história. Esta história foi criada pelo PT e pelos grupos que orbitaram ao redor do processo que criou o PT ao longo e após a ditadura. Este processo continuará a existir. A “inteligência” brasileira é escrava da esquerda e nada disso vai mudar em breve. Quem ousar nesse mundo da “inteligência” romper com a esquerda, perde “networking”.

[…]

Erra quem pensa que o PT desaparecerá. O do Lula, provavelmente, sim, mas o PT como “agenda socialista do Brasil” só cresce. O materialismo dialético marxista, mesmo que aguado e vagabundo, com pitadas de Adorno, Foucault e Bourdieu, continuará formando aqueles que produzem educação, arte e cultura no país. Basta ver a adesão da camada “letrada” do país ao combate ao impeachment ao longo dos últimos meses.

[…]

O pensamento liberal no Brasil não tem raiz na camada intelectual, artística ou acadêmica. E sem essa raiz, ele será uma coisa de domingo a tarde.

A única saída é se as forças econômicas produtivas que acreditam na opção liberal financiarem jovens dispostos a produzir uma teoria e uma historiografia do Brasil que rompa com a matriz marxista, absolutamente hegemônica entre nós. Institutos liberais devem pagar jovens para que eles dediquem suas vidas a pensar o país. Sem isso, nada feito.

Sem essa ação, não importa quantas Dilmas destruírem o Brasil, pois elas serão produzidas em série. A nova Dilma está sentada ao lado da sua filha na escolinha.

Concordo totalmente com o prognóstico de Pondé. Derrotar o PT na política é muito importante, mas é apenas um primeiro passo, que nem está concretizado ainda. Uma vez vencida essa batalha, será preciso declarar guerra ao verdadeiro inimigo do Brasil: o esquerdismo que se alastra por nossa cultura feito um vírus letal. Nesse sentido, uma Maria Rita Kehl é pior do que Dilma. São várias como Kehl, espalhadas por aí, que impedem o progresso de nosso país.

Mas não é fácil convencer os empresários a investir em ideias liberais contra essa doutrinação esquerdista. Por vários motivos, entre eles a própria visão de muitos deles de que o melhor é “investir” na aproximação com o governo. Foi esse o grande problema que permitiu o estrago petista, diga-se de passagem. Flavio Morgenstern, em artigo da Gazeta do Povo, falou nisso hoje:

O que chama atenção em um país com nossa tradição é, curiosamente, aquele rico empresário que, em vez de concorrer no mercado, prefere o dinheiro fácil do contrato com o governo. Nada pior aos olhos da nação, e fraqueza que o próprio PT explora, fingindo nada ter a ver com os delatores em quem Dilma “não confia”. Numa tradição de ensino de História marxista-trotskysta, são chamados de “capitalistas”. Qualquer um fora disso sabe que eles são o vício do Estado dirigente e controlador da economia do PT e da esquerda.

O impeachment ainda vai ao Senado, e certamente a AGU, também confundindo União com Partido, usará uma decisão monocrática de Lewandowski para tentar barrar o impeachment. Mas o principal era a Câmara. Agora a bola de neve começou a rolar montanha abaixo.

Resta cuidar de como contarão a história. O impeachment da presidente ainda não impede a ideologia de quem ensina nossas crianças com ideologias, e não fatos.

Exato. E, como disse, esse é o verdadeiro problema, o grande inimigo da nossa liberdade. Os milhares de “intelectuais” já afiaram suas espadas e já espalham uma narrativa mentirosa por aí, pintando o impeachment como obra de elites capitalistas invejosas e golpistas que não teriam suportado um governo popular que combatia a corrupção. Uma piada, sem dúvida, mas uma piada sem a menor graça, que não devemos ignorar só porque, aos nossos olhos, ela soa completamente absurda.

O socialismo é absurdo, o “progressismo” não passa de um socialismo com nova embalagem, e nem por isso tais mazelas são inócuas. Ao contrário: são altamente destrutivas, e foram elas que permitiram a chegada de uma quadrilha de bandoleiros ao poder. A revolta com o PT é absolutamente legítima e fundamental, mas ineficaz se não for à raiz do problema: o esquerdismo que sempre o alimentou.

A mais importante batalha parece perto de vencida, com o impeachment. Mas a guerra continua. E a guerra é cultural.

Rodrigo Constantino

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