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Fonte: The Blaze
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Ainda tem uma turma alienada que repete por aí que não existe esquerda nos Estados Unidos. Pois bem: existe. Digo mais: existe uma esquerda cada vez mais radical, socialista mesmo. E vou além: essa esquerda extremista virou praticamente o mainstream do Partido Democrata. Isso mesmo: aquilo que os bobalhões chamam de “direita” no Brasil, ou chamavam, é o PSOL da América.

Bernie Sanders é prova disso. Vai ser pré-candidato novamente, e tem chances concretas dessa vez. O homem passou a sua lua de mel na União Soviética, elogiou o regime até a iminência de seu colapso, era admirador de Fidel Castro nos anos 1980, quando atrocidades da ditadura cubana eram bastante conhecidas, e teceu elogios a Hugo Chávez.

Agora tenta se afastar desse socialismo mais, digamos, real, e apela para a fuga preferida dos pilantras: o “socialismo” que defende não tem nada a ver com Venezuela, ou com União Soviética, ou com Cuba. Ele quer o “socialismo” da Suécia!

Não vem ao caso mostrar, como já fiz várias vezes, que não há socialismo algum na Suécia, que seu relativo sucesso se deveu ao capitalismo liberal, e que este permitiu um “luxo” do welfare state, que tem custado caro demais, quebrou o país no começo da década de 1990, e exigiu várias reformas… liberais. Bernie Sanders, como Alexandria Ocasio-Cortez, não liga para fatos ou verdades: ele quer o manto sueco para ocultar seu projeto soviético.

O problema é que o próprio ex-governante da Suécia cansou de ouvir tanta besteira e resolveu colocar Sanders em seu devido lugar: aquele dos ignorantes arrogantes. Carl Bildt tuitou com sarcasmo sobre o “apego” de Sanders pelo modelo sueco: “Bernie Sanders teve a sorte de poder chegar à União Soviética em 1988 e elogiar todas as suas impressionantes realizações socialistas antes que todo o sistema e o império entrassem em colapso sob o peso de seus próprios fracassos espetaculares”.

A alfinetada de Bildt foi uma resposta a um vídeo em que Sanders aparece elogiando o regime soviético em 1988, três anos antes do colapso da USRR. “Eu acho que é justo ressaltar que, quando estávamos em Moscou, por exemplo”, ele disse no vídeo,”acho que a maioria das pessoas aqui também ficou extremamente impressionada com o sistema de transporte público, as próprias estações eram absolutamente lindas, incluindo muitas obras de arte, candelabros muito bonitos. Foi um sistema muito eficaz”.

“Também fiquei impressionado com os programas de juventude que eles têm, seus palácios de cultura para os jovens”, continua Sanders no vídeo. “Toda uma variedade de programas para os jovens e programas culturais que vão muito além do que fazemos neste país”.

Carl Bildt foi primeiro-ministro da Suécia de 1991 a 1994, justamente nos anos em que a União Soviética, elogiada por Bernie Sanders, veio abaixo. Sanders, agora, repete que o socialismo que almeja é o modelo sueco. Mas os próprios suecos acham graça do velho comunista tentando disfarçar seus verdadeiros anseios totalitários.

Eis o mote de campanha do senador, que possui três casas: oferecer tudo grátis por meio do governo. Os americanos terão saúde para todos gratuita, escolas e universidades gratuitas, salário mínimo de ao menos $15 a hora, empregos garantidos. Como vão pagar por isso tudo? Ora, simples: basta assaltar o Jeff Bezos!

Sim, no ápice da demagogia, Sanders citou a Amazon como exemplo de empresa que “não paga impostos” (falso), insinuando que basta cobrar mais dos ricaços para bancar essa farra estatal toda. Ele esconde dos eleitores que, mesmo na Suécia, que não tem modelo socialista, mas sim um grande estado de bem-estar social, a carga tributária cega a quase 60%, e isso incide sobre praticamente todos, sobre a classe média.

Sanders está disposto a adotar como slogan de campanha uma taxação de 60% para todos os americanos que ganham mais do que $60 mil por ano? Claro que não! Sabe que se fizesse isso, se fosse minimamente honesto, não teria votos. O segredo de todo socialista é a demagogia, a mentira, ocultar sua real agenda.

Sanders é PSOL. E é o líder na corrida presidencial democrata para 2020. Para os cegos entenderem como há esquerda na América sim, como ela é extremista, e como tomou conta do partido de Clinton e Obama. Diante disso, fica fácil entender porque toda pessoa sensata e informada prefere Trump, aquele odiado pela imprensa, acusado de “radical”, enquanto Sanders é tratado pela mesma imprensa como um idealista cheio de boas intenções e preocupado com os mais pobres. Sei…

Rodrigo Constantino

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