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Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

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Bolsonaro é o que é. Como ele mesmo disse, nasceu para ser militar.

Os generais Mourão e Heleno também nasceram para serem militares, mas são sujeitos articulados que sabem muito bem sobre o quê e como devem se comunicar.

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Bolsonaro passou três décadas tentando transformar seu próprio gênero de militar de carreira para político profissional. Ganhou novas qualidades e manteve velhos vícios e virtudes.

Soube conquistar, com seu discurso histriônico, nacionalista, religioso e anticomunista, apoiadores reacionários, conservadores, pragmáticos e até alguns liberais, uns mais confiantes e outros mesmo céticos, por escassez de opções viáveis.

Bolsonaro parece que está vivendo a terceira fase da sua vida profissional, está aprendendo a ser presidente, talvez até migrando da sua posição de estatista para a de um estadista. Será otimismo demasiado?

Nos últimos dias, ele tem se mostrado mais racional nas análises, mais polido na comunicação e mais moderado no trato social.

É claro que ainda não se comporta como a rainha da Inglaterra, tampouco como um Thomas Jefferson, mas parece estar se esforçando, o que faz com que ganhe ainda mais admiradores estupefatos entre os que defendem mais mercado e menos estado.

Ainda está longe de ser alguém que defenda mais o indivíduo e menos o coletivo, mas o Brasil é só um país exótico, não uma ilha da fantasia de seriado enlatado da televisão americana onde se entra de um jeito e se sai de outro.

Estamos vivendo tempos inéditos no Brasil. Só não vê quem não quer.

Ok, ok. Eu sei que tem olavetes e bolsominions orbitando o poder. Mas vocês queriam o quê? O Haddad? Tenho uma leve desconfiança de que se fosse o petista, os liberais também não estariam no governo.

Fazer o quê?