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Boris Johnson, a leadership candidate for Britain's Conservative Party, leaves his office in London, Britain July 22, 2019. REUTERS/Henry Nicholls
Boris Johnson, a leadership candidate for Britain's Conservative Party, leaves his office in London, Britain July 22, 2019. REUTERS/Henry Nicholls| Foto:

Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e ex-chanceler britânico, foi escolhido pelos membros do Partido Conservador como seu novo líder e, consequentemente, o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.

Johnson, de 55 anos, conquistou 92.153 votos contra 46.656 do atual ministro de Relações Exteriores do país, Jeremy Hunt, e receberá da rainha Elizabeth II a responsabilidade de formar um governo cuja principal tarefa será concluir a retirada do país da União Europeia (UE), o Brexit. O Comitê 1922, responsável pela disputa interna do partido, informou que votaram 87,4% dos seus filiados.

A mídia vai tentar pinta-lo como um malucão excêntrico, uma espécie de Trump britânico. Johnson não se importaria com isso. Mas ele está longe de ser um desvairado qualquer. Ele é um jornalista com sólida carreira, estudou em Eton, a melhor escola de elite do Reino Unido, e em Oxford, especializando-se nos clássicos. Trabalhou na Telegraph e depois como editor na respeitada revista conservadora The Spectator.

Não é um boçal, assim como o Brexit não saiu vitorioso do plebiscito por conta de alienados contrários à globalização. Roger Scruton, um dos maiores filósofos vivos, defendeu esse caminho também, com base no conceito de “oikofilia”, ou amor ao lar, ou seja, o desejo legítimo de um povo de manter sua soberania nacional.

O Brexit foi um protesto contra o globalismo, não necessariamente a globalização. Ou seja, contra o controle excessivo exercido por Bruxelas, pelos burocratas sem voto, decidindo questões fundamentais de cima para baixo, e de longe do povo. Theresa May, assim como David Cameron, que chamou o plebiscito convencido da derrota do Brexit, não queriam a saída, e isso prejudicou muito os trabalhos de costurar um acordo com o Parlamento.

Agora Boris Johnson tem a condição de tentar negociar um acordo, desde a posição de um defensor do Brexit. E já deixou claro que sai em 31 de outubro, data limite, mesmo sem acordo. Alguns temem os elevados custos disso, mas um fim horroroso ainda pode ser melhor do que um horror sem fim. E vale lembrar que o alarmismo feito pelos “especialistas” não se concretizou até aqui. Ao contrário: a economia britânica vai bem, obrigado.

Além do Brexit, Boris tem a missão de derrotar Jeremy Corbin, o socialista ultra-radical e antissemita que dominou o Partido Trabalhista. Trata-se de uma esquerda jurássica, de uma espécie de PSOL ou mesmo PSTU para padrões brasileiros. Se o Reino Unido cair nas mãos de alguém assim, isso poderá ser desastroso. É esse risco que deveria dominar a pauta de debates, não o Brexit. Dia 31 de outubro, Dia das Bruxas, o Reino Unido poderá se libertar de vez do monstro globalista. Aguardemos…

Rodrigo Constantino

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