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Brasileiro: cidadão de segunda classe em seu próprio país
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Por Fabio Ostermann, publicado no Instituto Liberal

A Copa do Mundo está nos trazendo diversas lições sobre como funcionam as coisas no Brasil. Dentre elas está uma cuja compreensão é de suma importância para o futuro do país: aos olhos dos nossos governantes e em nosso próprio país, nós brasileiros somos cidadãos de segunda classe.

Tal conclusão decorre do fato de que nunca antes na história do Brasil se viu tanto policiamento quanto se vê ocorre agora nas maiores cidades brasileiras. Aparentemente foi necessário que alguns milhares de estrangeiros dessem as caras em nossas cidades para que a segurança pública fosse tratada seriamente.

Nossos quase 60 mil homicídios ao ano, incontáveis roubos, estupros e sequestros-relâmpagos não sensibilizam nossa Presidente e nossos governadores, pelo visto. Mas aparentemente nossos governanetes querem evitar ao máximo qualquer possibilidade de algum cidadão estrangeiro vir a ser mais uma vítima da criminalidade brasileira. Imagina a vergonha internacional se um grupo de turistas americanos é sequestrado? Uma alemã estuprada? Uma família coreana roubada e o pai da família assassinado??! Não podemos correr tais riscos!

Mas como o cobertor é curto, o aumento de efeitvo policial que garante a segurança dos gringos (1ª Classe) e, meramente por tabela, dos brasileiros moradores das cidades sedes (2ª Classe) se dá às custas do deslocamento de boa parte do efetivo das cidades do interior, deixando seus moradores à mercê da criminalidade. Ou seja, dentro desse sistema de divisão de classes temos um grupo ainda mais abaixo de nós, moradores das capitais. Aqueles que habitam as cidades do interior fazem parte, pelo visto, de uma classe ainda mais baixa de cidadãos, cuja segurança realmente não vale nada.

A Copa termina em 3 semanas. Que aproveitemos nossa segurança temporária para refletirmos sobre por que raios o Estado no Brasil se envolve com tantas atribuições (governo federal, p.ex., tem 39 ministérios e participa ativamente da gestão de centenas de empresas nas mais variadas áreas) e não consegue priorizar a atuação em sua função FUNDAMENTAL, que é a segurança pública.

Daqui 3 meses e meio, teremos uma oportunidade única de demonstrar nosso descontentamento com esse tratamento desrespeitoso e indigno. Para alguns milhares de brasileiros será, infelizmente, a última oportunidade antes de se tornarem parte da estatística.

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