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Fonte: Folha
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Prezado Sr. Futuro Presidente,

Tenho 71 anos, construí minha vida dentro de princípios e valores que qualquer cidadão de bem deveria fazer.

Venho de família simples, estudei em escola pública e aos 18 anos já trabalhava no antigo BEG (Banerj), aprovado por concurso público. Durante a revolução, quando da criação do Banco Central do Brasil, também através de concurso público, trabalhei lá por 7 anos, indo após esse prazo para a iniciativa privada, onde consegui criar, junto com meu sócio já falecido, um Banco de Investimento com credibilidade e respeito, somente por meio de nosso trabalho.

Por que lhe escrevo? Quando jovem, tinha um ideal de que o Brasil poderia mudar e ser um país melhor. Fiz minha parte, que julgo ter sido pouco. Através dos anos, cansado do que aconteceu com nosso país, vi meus sonhos se transformarem em pesadelo. Os brasileiros de bem – e olha que não são poucos! – em todas as classes sociais, têm agora uma oportunidade única de mudar esse estado caótico.

Esse é o motivo pelo qual lhe escrevo, pois a sua responsabilidade é muito maior do que imagina. Ou o Sr. passa para a história como estadista, ou o povo brasileiro não suportará outra decepção e ficará entregue a esses oportunistas de sempre, para dizer o mínimo.

Permita-me que lhe dê algumas sugestões:

Procure se cercar de gente capaz e tenha humildade para ouvir o contraditório, pois só assim poderá decidir com mais convicção.

Delegue poder e cobre resultados.

Não aceite gente bajuladora, que irá exalta-lo, contribuindo para inflar seu ego, mas que em nada servirá para ajuda-lo a tomar decisões acertadas.

Ouça empresários de sucesso, como Salim Mattar da Localiza, por exemplo, não para saber o que fazer, mas para que contem as dificuldades de gerenciamento que tiveram que lidar para que suas empresas fossem o sucesso que são hoje.

Cuide para que os eleitos da Câmara e do Senado, que na sua maioria são muito jovens, tenham a humildade necessária para aprender como funciona o Congresso e o que poderão fazer para ajuda-lo nas suas propostas.

O sucesso é efêmero e o tombo costuma ser muito rápido. Há que ter permanente vigilância em querer melhorar sempre e não esmorecer. Esse é o foco, o caminho do sucesso. Se conseguir fazer isso terei um final de vida feliz por ter visto um Brasil melhor, um estadista de verdade no comando da nação, e meus netos crescendo com orgulho de seu País.

Boa sorte.

Paulo Cezar, meu pai

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