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Cena de novela transmitida há anos ainda se mostra atual: dignidade não tem preço!
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Um amigo me mandou hoje essa cena da novela “Vale Tudo”, que a TV Globo transmitiu 3 décadas atrás – quando ainda não dava tantas escorregadas “progressistas”. O diálogo entre avô e neta mostra aquilo que nossos pais sabiam, mas que os relativistas pós-modernos conseguiram avacalhar: que dignidade não tem preço, que não é porque “todos roubam” que também vamos roubar, nem mesmo em pequenas coisas. Uma lição moral bastante necessária nos dias de hoje:

Nota 10 para o coroa em termos de valores morais. Nota zero, porém, para economia. O discurso de que proteger com sobretaxa os produtos importados para fomentar a indústria nacional é completamente equivocado. Por acaso foi o tema de discussão no jornal O GLOBO hoje, com o editorial ficando do lado certo, ou seja, do lado que condena esse tipo de mentalidade protecionista. Segue um trecho:

Há uma compreensível aliança entre profissionais e empresários que dependem de encomendas de estatais, de bens e serviços, em favor de reservas de mercado, de medidas protecionistas que os protejam da concorrência externa. Barreiras desse tipo são quase uma constante na história da industrialização brasileira. Mesmo quando são barreiras naturais, pela falta de divisas.

[…]

Nas últimas quatro décadas, o país viveu duas vezes a experiência, mas de sinal ideológico trocado: com a ditadura militar, e na fase nacional-populista do PT, a partir do final do primeiro governo Lula, quando então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff ocupou a Casa Civil, no lugar de José Dirceu, abatido pelo mensalão.

Os resultados foram negativos. Na era Geisel, na ditadura, foi lançado amplo programa para substituir compras no exterior de máquinas, equipamentos e insumos básicos. Projetos nos setores de petróleo, petroquímica e siderurgia serviram de alavanca para gerar encomendas ao mercado interno. No lulopetismo, a Petrobras foi a âncora de um projeto com o mesmo objetivo: exigir índices elevados de nacionalização para os equipamentos encomendados a partir de projetos gerados principalmente em torno da atividade de exploração da Petrobras e grupos associados. Inclusive navios.

Nos dois casos, o BNDES foi o principal financiador do programa. Amplia-se a produção dos bens e serviços protegidos pela reserva de mercado, multiplicam-se empregos, cresce o subsídio do Tesouro, sempre de forma pouco transparente para a sociedade, embutido em juros camaradas, mas vem a inflação, o quadro fiscal desanda e tudo desinfla em escombros.

[…]

A torcida é para que se tenha aprendido que sem investimentos no aperfeiçoamento da mão de obra, em tecnologia e a abertura para o mundo, segmentos da indústria brasileira não ganharão eficiência. O sonho da autossuficiência em tudo acabou com o avanço da globalização. Que não se repita pela terceira vez o mesmo erro.

O protecionismo “esclarecido” para estimular a indústria nacional é uma grande falácia. O avô na cena da novela acima tinha os valores morais sólidos, corretos, mas lhe faltava conhecimento maior em economia, para entender as vantagens do liberalismo e da globalização.

Mas, num mundo tão corrompido em que os valores morais foram jogados na lata do lixo e a política virou um enorme bordel – inclusive com o dono de um deles alegando que gostaria de ser presidente, pois se o Brasil está uma zona, disso ele entende – figuras como a desse avô fazem muita falta e são necessárias.

O rigor ético passa a ser um critério fundamental na hora de escolher, mesmo que haja deficiências claras na área econômica. Alguém fica surpreso com a escalada de Jair Bolsonaro nas intenções de voto para 2018?

Rodrigo Constantino

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