Uma briga entre os grupos políticos do Ceará poderá levar o Estado a extinguir o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que tem como função fiscalizar as gestões das 184 prefeituras e câmaras de vereadores cearenses. Derrotado na guerra para indicar um aliado para a presidência do tribunal, o grupo de Ciro e Cid Gomes é acusado de articular a aprovação a toque de caixa de emenda à constituição estadual que acaba com o órgão.
O pano de fundo foi a eleição do ex-vice-governador Domingos Filho para a Presidência do TCM, no começo deste mês. Domingos Filho foi vice de Cid Gomes, mas romperam por divergências políticas. Os Gomes apoiavam para o comando do tribunal Hélio Parente, que atuou como advogado eleitoral de suas campanhas.
— Extinguir um órgão por vingança pessoal é um absurdo, é o retrato do coronelismo. O TCM tem um histórico de transparência e fiscalização rigorosa das prefeituras e câmaras — afirma o deputado Domingos Neto (PSD-CE), filho de Domingos Filho e adversário político dos Gomes.
Seu grupo político e do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) defendem a manutenção do tribunal. O TCM é considerado no Ceará um órgão mais ágil e mais atuante do que o Tribunal de Contas do Estado. Para as eleições de 2016, o TCM analisou nove mil processos de candidatos às prefeituras e câmaras municipais e vetou 4.300 deles por estarem com a ficha suja.
Eunício Oliveira criticou a proposta do deputado estadual Heitor Férrer (PSB) para extinção do órgão e a pressão dos Gomes em aprovar a medida. Segundo ele, o TCM é muito atuante e será uma perda para o estado se for extinto.
— Extinguir um órgão de fiscalização por conta de uma birra política é uma aberração. Pesa muito o simbolismo e o momento que isso está sendo feito. As pessoas pedindo controle da atuação dos políticos e o Estado acabando com um órgão com esta atuação— disse Eunício.
A postura arrogante dos irmãos Gomes no Ceará é conhecida por todos. Agem feito coronéis nordestinos, como se mandassem no pedaço, como se o estado fosse uma extensão de sua família. E pensar que esse sujeito desequilibrado tem pretensões de ser presidente da República, alguém que nega a existência do déficit da Previdência, que já foi de mais partidos do que podemos contar nas mãos, que adapta seu discurso de acordo com a necessidade do momento, de forma oportunista e imoral.
Ciro Gomes não é apenas aquele que acha que não dá para cortar nem um bilhão dos gastos públicos; é alguém que deseja claramente expandir o estado, para que possa controlar de cima para baixo a vida de todos, e avançar sobre nossos bolsos. Chegou a se aproximar dos sindicalistas na defesa do que há de mais atrasado em nosso país. E mesmo assim ainda seduz muitos idiotas por aí, pois teria “coragem” para impor as mudanças (como se não fosse possível mudar para pior, sempre).
É, em outras palavras, o típico candidato a caudilho que ainda desperta tantas esperanças no latino-americano otário, do tipo que idolatrava Fidel Castro e Hugo Chávez. O simples fato de alguém com esse perfil ter alguma chance em 2018 demonstra como somos feito uma roda-gigante: podemos estar em cima ou embaixo dependendo do momento, mas estamos sempre andando em círculos, sem sair do lugar…
Rodrigo Constantino
-
Lula emplaca reoneração nas empresas, mas enfrenta resistência das prefeituras
-
Quem é o brasileiro Michel Nisenbaum, morador de Israel que foi raptado e morto pelo Hamas
-
Tribunal máximo da ONU pressiona Israel a interromper operações em Rafah
-
Estratégias eleitorais: o que está em jogo em uma eventual filiação de Tarcísio ao PL
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião