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Claro que a Folha iria “lacrar” no Dia da Mulher, mas precisava matar a lógica econômica?
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No Dia Internacional da Feminista, digo, da Mulher, é óbvio que a imprensa “progressista” tentaria “lacrar” o máximo possível. E foi o que a Foice de SP fez, claro. Numa grande reportagem com enorme destaque na home, a Folha conseguiu uma “pesquisa” que “comprova” duas falácias: que o menor salário da mulher na média se deve ao preconceito; e que esse menor salário reduz o PIB. Nota 10 para o “lacre”, e zero para a lógica econômica.

O casal em destaque já começa culpando o preconceito pela discrepância de salários, mas logo depois reconhece que a diferente formação pode ter “alguma” ligação com o hiato:

Com cinco anos de carreira, a analista de logística Laíse Pereira, 26, recebe menos que o marido, o estatístico Rafael Ribeiro dos Santos, 29, ganhava com um ano de formado.

“Vejo a batalha dela e não me conformo. Sinto na pele a vantagem de ser homem branco em relação a ela, que, além de mulher, é negra”, diz ele.

“Sei que a formação importa. O Rafael estudou na USP, sei que a área também influencia. Mas acho que nada justifica a discrepância tão grande”, afirma ela, que fez administração na Unip e pós-graduação no Senac.

Talvez a área de atuação diferente e a formação distinta expliquem a diferença de salário? Por que uma analista de logística formada em administração pela Unip deveria ganhar o mesmo que um estatístico formado pela USP? Estão comparando banana com laranja, e concluindo, espantados, que são diferentes. No mais, eis a palavra totalmente ausente no estudo todo: PRODUTIVIDADE! Além, claro, de oferta e demanda, concorrência, valor agregado, leis do mercado etc.

Ou seja, conceitos básicos para qualquer economista. Mas o estatístico, torturando os dados, conseguiu “provar” que as diferenças salariais se devem ao preconceito mesmo. Os empresários são masoquistas! Eles, que costumam apreciar tanto o lucro, deixam dinheiro na mesa só para contratar homens, porque odeiam mulheres. Não tem a ver com produtividade, gravidez, licença à maternidade, nada disso.

Pouco importa que se o concorrente for um pouco menos misógino ele pode lucrar mais contratando só mulheres por menores salários, e desbancar a concorrência com mais eficiência. Eis um “detalhe” ignorado na análise.

E o que dizer sobre a conclusão de que maiores salários aumentariam o PIB? Rapaz, que coisa! É o que dá pensar no PIB como uma fórmula, e simplesmente adicionar o ganho extra na equação. Vou dar um exemplo politicamente incorreto para o leitor leigo compreender: se um patrão que pagava mil reais para sua empregada se casar com ela, e ela deixar de ser doméstica para ser esposa dona do lar, sabem o que acontece com o PIB de imediato? Ele cai mil reais, pelo salário que ela recebia e agora não recebe mais, como mulher do ex-patrão.

Mas alguém dirá com isso que a economia realmente perdeu? O cálculo do PIB, invenção keynesiana, produz esse tipo de confusão e equívoco. Os keynesianos acham, por exemplo, que basta o governo expandir gasto que o PIB sobe, pois o G, gasto do governo, entra na equação Y (PIB) = C + G + I + (X-M). Aumentou o gasto ou o consumo das famílias, o PIB aumenta. E foi assim que os esquerdistas nunca mais entenderam o CUSTO DE OPORTUNIDADE.

Parece que ao menos os leitores da Folha estão mais atentos do que os jornalistas “lacradores”. Carlos Eduardo Gomes escreveu:

Estudos apontam que é o comportamento que faz a diferença. Não existe uma tabela de salários por sexo. Se uma mulher estiver disposta a priorizar a carreira, trabalhar mais de 15 horas por dia, inclusive nos finais de semana, disposta a viajar, não faltar e tiver um comportamento assertivo, terá grandes chances de chegar ao topo. Homens com um comportamento “menos competitivo”, também ganham menos. Muitas mulheres chegam ao topo, e as empresas fazem de tudo para reter esses talentos e não conseguem. Uma das explicações, é que elas percebem q não é saudável ser workhoolic. Pisam no freio e passam a investir em relacionamento, família, filhos. Descobrem mais rápido do que os homens, o q é q realmente importa. Os melhores salários exigem dedicação em tempo integral, (24 x 7), como uma obsessão. Poucas e poucos conseguem se equilibrar, e ter tempo para outras atividades.

Já Fernando Becker simplesmente ironizou: “Quer dizer que para voltarmos a crescer bastaria aumentar o salário das mulheres? Que mágico. kkkk”

Sim, seria pura magia, mas é nisso que a esquerda acredita: em magia, alquimia, canetada milagrosa do governo. O irônico é que até a Folha entendeu, depois de muito tempo, o óbvio: que aumentos artificiais no salário geram efeitos indesejados. Em outra reportagem, o jornal mostra que o aumento no salário mínimo fez com que os mais jovens, MENOS PRODUTIVOS, tivessem maior dificuldade de encontrar emprego.

Mas eis que, sem ligar lé com cré, o jornal defende que basta aumentar na marra o salário das mulheres para expandir o PIB. Assim complica…

Rodrigo Constantino

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