02/02/2015. Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Eduardo Cunha, presidente da Câmara e o presidente do Senado Renan Calheiros, durante a abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional.| Foto:

Os petistas estão incertos ainda quanto ao que sentem por Eduardo Cunha: não sabem que o odeiam por mais algum tempo ou se o adoram. É que seu sentimento não depende da integridade do presidente da Câmara, e sim do que ele pretende fazer com Dilma: aceitar ou não o pedido de impeachment. Tudo depende apenas disso, para comprovar como petistas são movidos por “princípios”.

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Que petistas ajam assim, tudo bem. Quer dizer, tudo muito mal, mas é o que esperamos dessa turma sem escrúpulos. O espantoso mesmo é que a imprensa em geral adote a mesma postura. O foco quase absoluto sobre Cunha é prova desse viés. A pressão dos jornais foi tanta que parecia que Renan Calheiros, presidente do Senado, sequer existia.

Como lembrou o site Implicante, pau que dá em Cunha também dá em Renan. A fonte de delação que respinga em um também respinga no outro. Diz o site:

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O mesmo Fernando Baiano que detalhou propina recebida por Eduardo Cunha, presidente da Câmara, também trouxe luz ao envolvimento de Renan Calheiros. No caso, US$ 6 milhões que foram pagos ao presidente do Senado juntamente com Jader Barbalho, seu aliado. A exemplo de Cunha, o caso Renan também envolve contas no exterior usadas para recebimento da propina. Aníbal Gomes, outro peemedebista, mas da Câmara, ajudava no recebimento de uma segunda parte das parcelas pelo Brasil mesmo.

O trio é investigado desde março, mas, há quatro meses, Calheiros voltou a defender os interesses de Dilma, o que levantou a suspeita de ter havido algum acordo para que o senador se safasse. Curiosamente, a imprensa, assim como o Ministério Público, não mostra a mesma sede para cima do alagoano. Exigirão-lhe também a renúncia, a exemplo do que fizeram com Cunha? Ou acham que a personalidade que vem protelando a análise das pedaladas de Dilma merece um tratamento mais cauteloso?

Cobrar uma postura coerente da esquerda é pedir pelo impossível. Sua “ética” é apenas uma: o que ajuda a presevá-la no poder é bom, o resto é ruim. Cunha passou a ser tratado como o verdadeiro Capeta pelos “intelectuais” e artistas engajados, mas Renan foi totalmente esquecido, deixado quieto em seu canto. Afinal, não ameaçava Dilma, preferindo um acordo mútuo de não-agressão.

Se Cunha se dobrar diante da pressão e também aceitar um acordo com o PT, podem se preparar para ver um verdadeiro “milagre”: o ódio se transformará em paixão, e o presidente da Câmara, hoje depositário de todo o Mal existente no mundo, será apenas mais um no meio da multidão, ignorado, quiçá elogiado por alguns. É tudo muito asqueroso, eu sei. Mas quem disse que essa esquerda não era asquerosa?

Rodrigo Constantino

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