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Caetano Veloso, ao simplesmente aceitar fazer um show em Tel Aviv, estava sendo alvo de muita pressão da esquerda caviar mundial, da qual é também um ícone. Roger Waters, ex-Pink Floyd e rematado antissemita, chegou a escrever carta aberta ao músico baiano cobrando sua adesão à campanha abjeta de boicote a Israel.

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Essa campanha vem de gente que não diz uma palavra sobre Cuba, Coreia do Norte, Irã ou Hamas, mas que se julga “humanitária” por condenar a mais sólida e próspera democracia do Oriente Médio, que tem muçulmano até no Parlamento. É muita hipocrisia mesmo, que não consegue disfarçar a judeofobia.

Pois bem: Caetano não aguentou a pressão e escreveu um artigo lamentável na Folha este domingo, cedendo ao boicote nefasto. A comunidade judaica em peso reagiu. A Conib divulgou a seguinte nota:

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A Confederação Israelita do Brasil lamenta profundamente o teor do artigo escrito por Caetano Veloso na edição deste domingo do jornal Folha de São Paulo. Foi digna de elogios sua decisão e a de Gilberto Gil de realizar seu show em Tel Aviv neste ano, desafiando os pedidos de grupos de ódio que pregam o boicote cego a Israel. Mas Caetano perseguiu um roteiro traçado e guiado por representantes do próprio movimento de boicote e foi exposto a apenas um lado do enorme sofrimento dos dois povos. O terrível conflito árabe-israelense deve ser endereçado por meio de negociações de paz que levem à criação de um Estado palestino vivendo em paz e segurança ao lado do Estado de Israel. Ao escolher ver apenas um lado da questão, Caetano fez um desserviço à causa da paz que defende e, apesar de suas boas intenções, tornou-se porta-voz de pregadores do ódio e da discriminação.

A campanha de boicote a Israel é parte de um monstruoso movimento internacional de raiz antissemita que só quer ver e simpatizar com um lado do conflito árabe-israelense. Basta ver as mensagens do movimento de boicote a Israel para identificar em suas palavras, em sua iconografia e em seu desejo de perseguir o Estado judeu todos os elementos clássicos do antissemitismo. Caetano Veloso, infelizmente, sucumbiu a essa onda antissemita e se fez cego diante da incitação ao terrorismo e ao ódio contra os judeus nos lugares que visitou e nos movimentos com os quais agora simpatiza”, diz Fernando Lottenberg, presidente da Conib. “Ao invés de dizer que não pretende voltar a Israel, sugerimos que Caetano retorne ao país que ama tanto as suas músicas para entender melhor o que lá se passa”, completa Lottenberg.

Mauro Wainstock, diretor do ALEF News, também escreveu uma carta aberta a Caetano Veloso com uma educação que poucos teriam após essa mudança de postura do vira-casaca, e disse:

Caetano, você é um artista consciente. Consagrado e valorizado por suas músicas; reconhecido e respeitado pela defesa dos ideais democráticos. O que vai ganhar pregando “Boicote, Desinvestimento e Sanções”? Infelizmente, você me entristeceu e decepcionou com um texto destoante de seu histórico pessoal e artístico. Não se deixe influenciar por palavras distorcidas e posicionamentos que incitam a violência e promovem a desarmonia. Esta “paz” ninguém quer! Oxalá que você tenha oportunidade de ir novamente a Israel para realmente aprofundar-se nas questões sobre o país. Enquanto esse dia não chega, vá à Bahia e reflita sinceramente sobre o que escreveu. Procure fontes notoriamente equilibradas e, depois, com total serenidade e isenção, publique uma nova versão com os conhecimentos adquiridos.

Espero que Caetano caia na real e entenda que está sendo apenas um idiota útil nas mãos de antissemitas e gente que odeia a liberdade e a democracia. Mas não tenho tanta esperança. Caetano já teve uma cota acima do razoável de defesa de absurdos, como quando se vestiu como um black bloc para apoiar os vândalos mascarados que ameaçavam nossa democracia. Artista consciente? Nem tanto, nem tanto…

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Rodrigo Constantino