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Pré-candidato à prefeitura de Goiânia, em Goiás, o deputado estadual Major Araújo (PRP) criou polêmica em uma rede social ao publicar um vídeo no qual propõe à população a aprovação de uma “bolsa arma”, que prevê subsídios para o cidadão se armar e se tornar um “voluntário da segurança da capital”. A prefeitura iria subsidiar a compra do equipamento.

“Esta arma (uma pistola calibre 40) pode salvar a sua vida. E nós queremos propor no município o bolsa arma municipal. Mas eu preciso ouvir a sua opinião. Propaga-se por aí que o acesso às armas, ele é ilegal, impossível. Isso é mentira. A lei garante a qualquer cidadão o porte legal de sua arma, desde que preenchido alguns requisitos. Nós não queremos violar a lei. Mas nós queremos propor que o cidadão tenha o direito de se defender também”, explica Araújo, no vídeo.

Ainda na gravação, o candidato explica: “Hoje, se você for abordado por um bandido só tem uma hipótese: é você padecer na mão dele. Nós queremos uma segunda hipótese: que você possa também se defender. Nós estamos propondo o bolsa arma municipal”.

A proposta do major diz que para o cidadão ter acesso à arma, ele terá que atender pré-requisitos como exame psicotécnico, pisquiátrico, certidões de antecedentes criminais e treinamento para manuseio da arma e prática de tiro, além de um cadastro municipal.

Para o político, a bolsa arma é uma “estratégia de defesa” para o morador de Goiânia. “Alguma coisa precisa ser feita. A capital é violenta. O poder público estadual nos abandonou. O municpal não tem feito o que está ao seu alcance”, diz major Araújo, na gravação.

O que penso sobre isso? Bom, para começo de conversa, confesso que não gosto de nada que começa com “bolsa” e significa subsídio do governo. Tampouco acho que a solução para o crime é todo mundo andar armado na rua. Mas tenho de admitir que o deputado toca em pontos importantes, ao menos para expor o que não está funcionando.

Desarmar a população ordeira apenas sinaliza aos bandidos que o caminho está livre de qualquer chance de reação. Achar que a polícia vai dar conta do recado é como pensar que ninguém precisa de extintor de incêndio porque existe o corpo de bombeiros. O direito de ter uma arma para legítima defesa em casa, portanto, é algo inalienável, que todo indivíduo deveria preservar contra o avanço totalitário do governo.

Daí a achar que cada um deve circular com uma arma pelas ruas, facilitando o porte, vai uma certa distância. Não sei se concordo. E definitivamente não concordo com uma bolsa municipal, estadual ou federal. Já estaria de bom tamanho o governo parar de dificultar o acesso às armas de quem se mostrou cidadão correto, sem antecedentes criminais e capaz num teste psicotécnico.

O deputado criou polêmica com sua proposta, sem dúvida, e provavelmente era o que queria fazer. Mas chama a atenção, ao menos, para um tema relevante. A campanha do desarmamento fracassou, mostrou-se autoritária ao ignorar o plebiscito, joga a responsabilidade dos crimes para longe do criminoso, ao culpar o objeto inanimado, e usurpa do indivíduo seu direito básico de legítima defesa. Precisamos falar sobre o assunto. Com ou – de preferência – sem bolsa municipal.

Rodrigo Constantino

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