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Doria quer privatizar Petrobras e unir Caixa e BB: por que manter banco estatal?
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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu nesta terça-feira (12) a privatização da Petrobras e a fusão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Durante evento com empresários do setor de infraestrutura na capital paulista, onde Doria defendeu seu programa municipal de privatizações, o prefeito disse que a Petrobras tem “tantos braços e tentáculos”, o que dificulta elencar todas as empresas em que a estatal é dona majoritária, um sinal de ineficiência, na opinião do tucano.

“Eu defendo uma privatização gradual da Petrobras para que não haja prejuízo para seu corpo funcional, que é muito bom e sério. [A Petrobras] Foi muito afetada pelo assalto do PT ao longo de 13 anos, mas é uma instituição de valor e pode gradualmente caminhar para sua privatização sem prejuízo funcional, humano ou estratégico para o Brasil”, disse Doria.

No plano dos bancos federais, Doria foi sucinto: “Não vejo razão para o Brasil ter dois bancos.” O tucano, no entanto, não defendeu a privatização das duas instituições, mas sim uma fusão e manutenção como um único banco público. A eventual operação, segundo Doria, precisaria ser embasada por um estudo técnico, “não pode ser feita de sopetão”.

Como liberal, só posso apoiar a defesa que o tucano tem feito das privatizações, um avanço em relação à postura de seus companheiros de partido, que nunca tiveram a devida coragem sequer para defender o legado das privatizações realizadas pelo governo FHC.

Mas ainda falta mais vontade, mais convicção liberal. A Petrobras não tem que ser privatizada gradualmente: tem que ser retirada do controle estatal já! E se Doria não vê razão para o Brasil ter dois bancos estatais (na verdade três, pois ele ignora o BNDES), cabe perguntar: e enxerga razão para ter UM? Por quê? Por que o governo deveria ser banqueiro? João Dionísio Amoedo, do Partido Novo, cobrou a mesma resposta do tucano:

Os bancos estatais acabam servindo para concentrar privilégios. Estado banqueiro é algo que liberal algum deveria defender. Não faz o menor sentido! Portanto, ainda que Doria tenha melhorado muito o típico discurso tucano, sempre tímido demais para defender as privatizações por conta de sua raiz esquerdista, cabe insistir numa agenda efetivamente liberal, onde não há espaço para banco estatal algum, menos ainda para empresas de petróleo.

O estado não deve ser empresário, tampouco banqueiro. E ponto.

Rodrigo Constantino

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