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É um erro desmerecer o problema da infiltração ideológico-partidária em nosso ensino
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Alguns jornalistas diminuem o problema da contaminação ideológica em nossas escolas e universidades. Não deveriam. Até concordo que há outras questões mais técnicas e administrativas em jogo, e que o ministro deve focar em gestão. Uma reportagem da Gazeta mostrou o tamanho do desafio à frente do ministro: Enem, alfabetização, formação de professores qualificados, a reforma do ensino médio e o Fundeb, só para começar.

Mas é bobagem descartar a questão da infiltração da esquerda radical, até porque ela tem ligação com vários dos demais problemas no setor. E não é um caso isolado e nacional.

Compartilho com o leitor um pouco do quadro aqui nos Estados Unidos. Minha filha estuda numa excelente escola pública, nota dez. Não obstante, o grau de doutrinação ideológica é elevado e crescente. Outro dia mesmo tive de dar uma aula de economia básica e de estatística para ela, indicando leituras como Thomas Sowell e Ben Shapiro, pois percebi que ela tinha dúvidas sobre assuntos por conta claramente de pregação política de professores.

Detalhei o estrago causado pelo vitimismo esquerdista no país e no mundo. Ela vem da escola achando, por exemplo, que mulheres ganham menos que homens na média por machismo no mercado de trabalho, que ricos não pagam impostos e que a polícia para mais negros por racismo. Tudo falácia, mentira, manipulação ideológica. Estão comparando laranjas com bananas, lançando mão de estatísticas espúrias para fins políticos e ideológicos.

Mas pergunto: quantos adolescentes têm acesso ao contraditório? Quantos pais se preocupam com isso e se dedicam a clarear a confusão mental dos filhos? E quantos, pior, possuem o conhecimento e têm condições de sentar com os adolescentes para desfazer esse tipo de propaganda “progressista”, sem qualquer respaldo na realidade?

Quando percebemos que mesmo nas melhores escolas americanas vários professores ficam incutindo nos alunos slogans sensacionalistas que mais parecem tirados da campanha demagógica de uma Alexandria Ocasio-Cortez, então é porque a situação saiu de controle mesmo. E, de fato, vários livros atestam o quadro calamitoso nas escolas e universidades aqui.

No Brasil, como sabemos, a coisa é muito pior. Basta ler o livro A corrupção da inteligência, de Flavio Gordon, para ter uma ideia do tamanho do problema ideológico em nosso ensino. Como desmerecer o combate ao marxismo cultural diante desses fatos?

Rodrigo Constantino

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