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Hillary e sua fiel escudeira. Fonte: GLOBO
Hillary e sua fiel escudeira. Fonte: GLOBO| Foto:

Não há nada que a imprensa mainstream goste mais do que atacar Donald Trump. Mas, mesmo assim, ela teve de dar um alívio ao candidato republicano para focar no escândalo dos emails de Hillary Clinton. A descoberta de mais uma penca de emails enviados pela candidata democrata e sua assessora mais fiel expõe a promiscuidade entre a família Clinton e o estado, algo que latino-americanos conhecem muito bem e toleram, mas que americanos costumam repudiar.

Mensagens de uma de suas principais assessoras, liberadas anteontem por ordem judicial, revelam como amigos e doadores da Fundação Clinton tinham acesso a Hillary e a seu círculo íntimo quando ela era chefe da diplomacia dos EUA. E, segundo novo levantamento da agência AP, a maior parte de visitas ou telefonemas de representantes de interesses privados que ela recebeu durante sua permanência no cargo foi de doadores da fundação.

A polêmica foi desatada apenas um dia após a revelação pelo FBI (a polícia federal dos EUA) de 14.900 novos e-mails da democrata nunca entregues por ela às autoridades quando veio à tona o escândalo do uso de um servidor privado para suas comunicações oficiais. A surpresa fez com que um juiz federal pedisse ao Departamento de Estado a divulgação das mensagens até outubro, o que pode ameaçar uma vitória de Hillary em novembro.

“Hillary Clinton destacou com firmeza que ‘não havia absolutamente nenhuma conexão’ entre seu trabalho privado e as ações no Departamento de Estado. MENTIRA!”, escreveu Trump em sua conta no Twitter, ontem.

A nova dor de cabeça veio após a liberação, pelo Departamento de Estado, de e-mails de uma das principais assessoras de Hillary: sua ex-vice-chefe de gabinete, Huma Abedin. A divulgação foi demandada legalmente pelo grupo conservador Judicial Watch. São citados nas mensagens um executivo de esportes americano — doador da fundação — que pede ajuda para obter um visto para a ida a Las Vegas de um jogador de futebol britânico com ficha criminal. Outro caso é do príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bin Hamad al-Khalifa, cujo governo deu mais de US$ 50 mil para a Fundação Clinton e pedia uma reunião de última hora. O cantor Bono, da banda U2 e participante frequente dos eventos da ONG, pede ajuda para transmitir um show à Estação Espacial Internacional.

A National Review soltou um editorial duro contra a candidata, chamando sua fiel escudeira de “the fixer”, aquela que aparece para resolver todos os problemas e intermediar os encontros e acordos obscuros. Além da simbiose estranha entre estado e família, a revista ataca o destino da fortuna arrecadada pela fundação Clinton:

It is important to keep in mind what the Clinton Foundation mainly does: It does precious little in the way of actual philanthropy ($9 million worth out of $140 million in revenue for 2013) but instead spends almost all of its money on salaries and travel expenses for various Clintons (including Chelsea Clinton, now its vice chairman), Democratic allies, toadies, flunkies, hangers-on, and assorted minions. It is a full-employment sinecure program for friends and family of the Clinton political operation, and very little more.

Ou seja, apenas 6,5% do total levantado vai para filantropia. O restante é para bancar as regalias da família e suas operações políticas. Algo como faz o Instituto Lula no Brasil. Aliás, fica cada vez mais evidente como a esquerda americana se parece com a brasileira: tudo pelo poder, mentiras escancaradas na maior cara de pau, simbiose entre estado e vida privada, filantropia da boca pra fora para sustentar mordomias pessoais, etc.

As famílias disfuncionais dessa gente também chamam a atenção. Não só os escândalos sexuais do “predador” Bill Clinton, perdoados pela feminista Hillary (vale tudo pelo poder), como os de sua fiel assessora, que foi na mesma linha:

Muçulmana, filha de paquistanesa e um indiano, Huma morou na Arábia Saudita quando criança. Ainda adolescente, perdeu o pai, o acadêmico Syed Zainul, fundador do Instituto de Interesses das Minorias Muçulmanas. Dele, herdou a publicação da organização — ocasionalmente é acusada por rivais de Hillary de ter editado uma “publicação ligada a grupos terroristas”.

E Huma é casada com um judeu: o ex-congressista nova-iorquino Anthony Weiner. Em 2011, quando estava grávida de seu filho, Jordan, acabou surpreendida por uma indiscrição do marido: após acidentalmente expôr seu pênis em sua conta no Twitter, quando trocava mensagens sexuais com jovens americanas, ele renunciou ao cargo. O casal continuou junto, apesar do escândalo.

O leitor pensou em “House of Cards”? Pois é. O clã dos Clinton é, sem dúvida, o que mais se assemelha a esses bastidores nefastos da política. Sua ambição pelo poder e por riquezas é evidente demais. Sua mitomania idem. A National Review resume bem: “Serial dishonesty, self-serving, and influence-peddling: These are the Clintons, after all. No one can say he is surprised”. Desonestidade crônica e tráfico de influência: quem poderia ficar surpreso? Pelo visto, muitos, a começar pela maioria da mídia “progressista”, que adora Hillary e seu marido, enquanto odeia Trump.

Rodrigo Constantino

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