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Fogo amigo: já começou o impasse entre PT e Joaquim Levy
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Preocupado com a perda de apoio em sua própria base, como o movimento sindical, o PT pressiona o governo Dilma Rousseff a rever medidas do ajuste fiscal que avançaram sobre direitos trabalhistas e a direcioná-lo para camadas mais ricas da sociedade. Parlamentares petistas já apresentaram emendas nesse sentido às medidas provisórias (MPs), enviadas ao Congresso, que endureceram o acesso a seguro-desemprego, pensões por morte, abono salarial e auxílio-doença.

— O governo tem que redirecionar sua política em relação ao ajuste fiscal, tributar grandes fortunas. Não podemos brigar com nossas bases, estamos em conflito com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e as centrais sindicais. Precisamos equilibrar para que os mais ricos paguem essa conta — disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Já estava até demorando para começar o “fogo amigo”. Joaquim Levy foi o economista mais sério que Dilma conseguiu trazer para seu governo, com o papel específico se colocar ordem na bagunça. Para os liberais, duas coisas chamam a atenção e incomodam: o fato de alguém respeitável aceitar se prestar ao papel de contribuir com um governo desses; e o fato de Levy focar no aumento de receitas tributárias como forma de resolver o rombo fiscal.

Mas era claro que suas medidas iriam incomodar ainda mais a própria base do PT. Afinal, não querem soluções para os desajustes fiscais, que causaram com sua demagogia e populismo. Preferem sempre focar na retórica, no discurso de oprimidos contra opressores. Querem insistir na demagogia. Por isso o senador petista Lindbergh Farias fala em resgatar a proposta antiga de tributar grandes fortunas ou taxar mais ainda a propriedade dos mais ricos.

Ou seja, vende a ideia falsa para os mais pobres de que é possível consertar a zona na área fiscal apenas tirando dos “ricos”, sendo que tais medidas sequer arranhariam a superfície do problema, sem falar que poderiam agravá-lo. Afinal de contas, taxar os mais ricos nunca foi boa estratégia para ajudar os mais pobres, e se os petistas tivessem apreço pela história ou pela boa teoria saberiam disso.

Quanto o governo conseguiria arrecadar a mais criando um super imposto sobre grandes fortunas? Muito pouco. Mas iria acelerar, com certeza, o fluxo migratório de brasileiros para o exterior, já em alta nos últimos anos. Lindbergh poderia ao menos perguntar ao socialista Hollande qual foi sua experiência na França, pois o imposto de até 75% sobre os ricos produziu apenas fuga de milionários para outros países.

Talvez Lindbergh não seja tão tolo assim e saiba disso, mas precise acalmar sua base de eleitores, aqueles ignorantes seduzidos por promessas populistas, ou seja, o típico eleitor do PT. Os líderes sindicais precisam justificar sua existência, normalmente prejudicial ao próprio trabalhador, com base nesse discurso de luta de classes, caso contrário sua inutilidade saltará aos olhos de todos. Já é conhecida por muitos, inclusive por eles próprios, pois se não fosse o caso aceitariam a adesão sindical estritamente voluntária, acabando com o nefasto “imposto sindical”.

CUT e PT sempre foram representantes do atraso no Brasil, da velha esquerda marxista, oportunista, retrógrada, anticapitalista. Sua mentalidade, presente no primeiro mandato de Dilma, trouxe o país até essa situação caótica. Um “fiscalista” ortodoxo teve de ser convocado para dar um jeito na bagunça fiscal. E agora os malandros não querem o sofrimento necessário pelo encontro com a realidade. Querem continuar vivendo uma ilusão, ainda que custe mais caro ainda para os trabalhadores depois.

Assim sempre foi o PT, a CUT, o MST e tutti quanti. O estranho no ninho é, sem dúvida, Joaquim Levy. Era óbvio que seria alvo do “fogo amigo”. E parece evidente também que a própria presidente Dilma não vai bancar por muito tempo suas medidas, uma vez que o populismo de esquerda está entranhado em seu ser dos pés ao pescoço e sua popularidade derrete feito gelo exposto no asfalto do verão carioca. Até quando Levy aguenta?

Rodrigo Constantino

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