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Fórum Econômico Mundial e os arautos do fim do mundo
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Por Alexandre Borges, publicado pelo Instituto Liberal

Não há uma única bobagem anticapitalista que a imprensa ocidental, especialmente do Bananão, não compre pelo valor de face. A última, espalhada no Fórum Econômico Mundial em Davos, é que a tecnologia e a robótica vão cortar cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos.

Para os jornalistas que acreditam nessas previsões, deveríamos entregar a gestão do mundo para Aldo Rebelo, o gênio que criou projetos de lei para proibir que prefeituras, estados e o governo federal pudessem adotar “inovações tecnológicas diminuidoras de mão de obra”, impedir que catracas eletrônicas tirassem empregos de cobradores de ônibus e que postos de gasolina não possa automatizar suas bombas de combustível, o que eliminaria empregos dos frentistas. Rebelo é a personificação do que os progressistas entendem por progresso.

Os arautos do fim do mundo prevêem o fim do capitalismo praticamente desde seu nascimento. Karl Marx, vivendo em Londres (a cidade que era o centre do mundo na época porque ninguém é de ferro), antecipava o caos do sistema que seria incapaz de alimentar 1 bilhão de pessoas do planeta. Cento e cinquenta anos depois, o mundo tem 7 bilhões de habitantes com mais alimentação, saúde e qualidade de vida que qualquer geração anterior, mas os filhos bastardos de Marx continuam repetindo nas redações de jornal que o apocalipse está chegando a qualquer momento.

O mais triste é que esse tipo de previsão garante um tipo bem específico de emprego: o de quem faz a previsão, já que há poucas carreiras tão promissoras nas últimas décadas quanto ser “crítico do capitalismo”, mesmo que nada do que os alarmistas falem acabe acontecendo. Na verdade, há dois séculos acontece o exato oposto.

A solução dada para resolver esta nova “crise” é “qualificação de mão de obra”. Ah, não diga! Os especialistas descobriram que o trabalhador precisa se atualizar em relação às novas tecnologias para continuar empregado, o que vale desde que o primeiro homo erectus, há 1,5 milhões de anos, conseguiu fazer sua primeira arma de caça e seu primeiro machado para cortar árvores. A vida no Pleistoceno para quem não sabia usar uma lança para caçar não era realmente fácil, mas nada que um Aldo Rebelo não resolvesse se tivesse vivido naquela época proibindo os caçadores de usar qualquer instrumento que gerasse desigualdade e injustiça social na hora de matar um mamute.

Os trabalhadores do mundo podem ficar tranquilos: os robôs não vão eliminar vagas, apesar reconfigurar uma parte do mercado de trabalho que não para de mudar radicalmente desde o início da revolução industrial, o que beneficiou a todos, especialmente os mais pobres que possuem acesso a bens e serviços inimagináveis antes da produção em massa.

Mesmo contra todas as evidências, os críticos do capitalismo continuarão faturando como as videntes de festa junina que enxergam tragédias horríveis para a vida da cliente, um destino de infortúnios e infelicidades que só poderá ser evitado se ela comprar um patuá e fizer uma mandinga.

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