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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

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Não pensem que idiotices educacionais, como o famigerado método Paulo Freire, é exclusividade tupiniquim. Idiotas existem em qualquer parte do planeta, inclusive nos países mais desenvolvidos. A diferença é que, n’outras plagas, a estupidez não tem tanto espaço como em Pindorama, onde muitas vezes ela acaba se transformando em política de Estado, com consequências catastróficas – como foi o caso da festejada jabuticaba que ganhou o pomposo nome de “Pedagogia do Oprimido”, e provocou atrasos irrecuperáveis na educação tupiniquim.

Uma professora de matemática da Universidade de Illinois, por exemplo, argumentou em um livro recém-publicado que as habilidades algébricas e de geometria perpetuam “privilégios injustos” dos brancos.

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Rochelle Gutierrez sustenta que, em muitos níveis, a matemática opera como uma forma de “brancura” (Whiteness). “Quem obtém crédito por fazer e desenvolver matemática, quem é capaz em matemática e quem é visto como parte da comunidade matemática geralmente é (visto como) Branco”, argumenta Gutierrez.

Ela também afirma que a forma como a álgebra e a geometria são ensinadas serviria para perpetuar os privilégios dos brancos, uma vez que os currículos enfatizam termos como o teorema de Pitágoras e pi, enfatizando e perpetuando a percepção de que a matemática foi amplamente desenvolvida pelos gregos e outros europeus.

Além disso, ainda segundo a valente, os privilégios brancos seriam expandidos porque, ora vejam só, o mercado de trabalho aponta como vantagem as habilidades matemáticas. “Nós realmente somos tão inteligentes apenas porque fazemos matemática?”, pergunta ela, questionando ainda por que os professores de matemática recebem mais bolsas de pesquisa do que professores de estudos sociais ou de língua inglesa.

Para combater essas “injustiças”, Gutierrez encoraja os aspirantes a professores de matemática a desenvolver um certo “senso de conhecimento político”(?), cuja base é que todo conhecimento é “relacional” e que “as coisas não podem ser conhecidas objetivamente; elas devem ser conhecidos subjetivamente”. Paulo Freire certamente ficaria orgulhoso de sua pupila americana.

Para combater essas ideias, digamos, heterodoxas, nada melhor que um pouco de estatística, algo que os americanos adoram. Foi o que fez o professor de economia da Universidade de Michigan, Mark Perry, ao compilar os dados das notas médias de matemática do SAT (algo similar ao ENEM), divididas por origem étnica dos alunos. Eis o resultado:

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O que vemos no gráfico acima é que, se existe algum grupo “privilegiado” quando o assunto é habilidade matemática, esse grupo é o dos asiáticos. Alguns poderiam argumentar que as diferenças de resultados entre os diversos grupos é consequência da histórica desigualdade de oportunidades – o que é um fato. Tentar melhorar as oportunidades de negros e hispânicos é uma proposta meritória. Mas a supremacia dos asiáticos, que vem aumentando de forma permanente, inclusive em relação aos brancos, joga por terra toda a retórica argumentativa da professora Gutierrez, segundo a qual a forma tradicional de ensinar matemática traria alguma vantagem para os brancos (europeus), perpetuando seus privilégios.

Mudar a forma de ensinar matemática, portanto, principalmente enfatizando bobagens como “o conhecimento é relacional”, ou “as coisas não podem ser conhecidas objetivamente, mas subjetivamente”, é a receita perfeita para o fracasso. Pedagogia do tipo “para os oprimidos”, longe de ser uma forma de melhorar a educação daqueles com menos oportunidades ou com outras deficiências, é a fórmula certa de igualar todo mundo por baixo. Nada muito diferente do que os socialistas sempre fizeram.