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Garantir a liberdade de expressão custou $600 mil em Berkeley por conta da “tolerância” esquerdista
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A esquerda fala muito em diversidade e tolerância, como o leitor certamente já percebeu. Mas na hora de exercer aquilo que prega, o buraco é bem mais embaixo. Vários palestrantes tidos como ultraconservadores ou de “extrema-direita” têm sido alvos de protestos violentos e impedidos de palestrar em universidades americanas. Os “fascistas do bem” se sentem no direito de agredir os “fascistas”, sempre os outros.

Na Semana da Liberdade de Expressão, a Universidade da California, de Berkeley, precisou gastar uma pequena fortuna para garantir o que o título expõe: o simples ato de pensadores expressarem suas opiniões. A UC já teve incidentes no passado recente por conta da revolta violenta de esquerdistas, que não aceitaram a presença de conservadores.

Ben Shapiro é simplesmente um dos mais preparados debatedores da atualidade. Jovem, brilhante, inteligente e com a mente muito aguçada, debater no lado oposto dele deve ser uma tarefa muito inglória, de fato. A esquerda, então, prefere tentar calar Shapiro na marra. E como a UC resolveu levar a sério a questão da liberdade de expressão, teve que pagar caro por isso: $600 mil, para ser mais preciso.

Foi quanto custou o aparato de segurança para permitir que Ben Shapiro pudesse falar para estudantes. Tudo isso porque alguns “estudantes” consideram absurdo o teor de sua fala, em defesa de valores que os “pais americanos” tomavam como certos e até mesmo auto-evidentes.

Janet Napolitano, presidente da UC, disse que a universidade vai ressarcir Berkeley por metade dos gastos de segurança. Mas esse valor provavelmente aumentará. Algumas das personalidades mais polêmicas do lado direito devem falar no campus também, e certamente haverá protestos raivosos por parte das “bondosas” almas “progressistas”, dispostas a matar e morrer – mais matar do que morrer – em nome da pluralidade – desde que todos rezem sob a mesma cartilha politicamente correta, claro.

São como Henry Ford quando disse que o consumidor poderia escolher qualquer cor de carro, desde que fosse preto. Na diversidade esquerdista, todos são bem-vindos para expor sua visão de mundo, desde que ela seja exatamente igual a dos esquerdistas. É a diversidade mais monolítica e monocromática de que se tem conhecimento. Desviou um pouco do script, fascista que merece apanhar!

Napolitano defendeu a visão realmente liberal sobre o assunto. Reconheceu que alguns dos palestrantes, como Milo Yiannopoulos, gostam só de provocar, muitas vezes de olho na reação furiosa, que gera polêmica e audiência, destaque, holofotes. Ainda assim, eles têm o direito de falar, de colocar suas ideias controversas para o público, pois universidades são locais exatamente para tais ideias, mesmo as nocivas.

Eis, então, o dilema das universidades: é preciso proteger esse valor, a liberdade de expressão. Mas, por conta da intransigência dos “liberais”, que defendem apenas da boca para fora tal princípio, o custo de preservar esse valor tem sido bem alto. É necessário montar um grande esquema de segurança para não colocar em risco vidas.

Quem está impondo esse custo às universidades e aos estados não são os palestrantes conservadores ou da direita alternativa, e sim os manifestantes intransigentes que colocam máscaras e quebram tudo em volta, tentando intimidar seus adversários ideológicos. O custo alto vem justamente da intolerância dos “tolerantes”, que pregam a liberdade de expressão só da boca pra fora. Se as palestras forem canceladas, vencem os brutos, perde a liberdade de expressão e os próprios alunos.

Os mesmos alunos que têm se mobilizado para impedir essas palestras reclamam depois do aumento no custo da universidade. Mas se eles não aguentam o calor das divergências, das opiniões contrárias, então eles talvez devessem economizar esse dinheiro (dos pais) e ficar em casa. As universidades não serão de grande valia a quem não aprecia efetivamente a liberdade de expressão.

Rodrigo Constantino

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