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Cheguei a comentar aqui que foi pura sorte o texto de Gregorio Duvivier não sair na Folha impressa hoje, pois seria mais um caso de seu sensacionalismo raso ser rebatido logo na página seguinte, pela coluna de Luiz Felipe Pondé. Mas parece que me precipitei: o humorista publicou sua coluna, na versão online. E justamente sobre Pondé. Mas só com ataques pessoais baixos.

David resolveu enfrentar Golias. O jovem humorista desafiou o professor e filósofo, mas não com as armas que este está habituado a usar, como a razão e os bons argumentos, e sim para um “vale tudo” no pior estilo UFC, dos tempos de Tank Abbott. Dedo no olho, chute no saco: na falta de argumentos, o humorista resolveu descer o nível e chafurdar na lama.

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Sobram adjetivos chulos, ilações pérfidas e ataques pessoais, e faltam argumentos e ideias. Tudo isso sem sequer mencionar o nome de seu “oponente”, o que é típico da esquerda. Alguns podem pensar que é para não dar ibope, mas não é nada disso. É falta de coragem mesmo. É pura covardia. Essa turma não aguenta um segundo no ringue se tiver que respeitar as regras do jogo, do bom debate civilizado e calcado em argumentos.

“Vamos ser sinceros: talvez não seja dos homens de direita que as mulheres não gostam. Talvez —hipótese— seja de você”, alfineta o humorista. E continua: “Não sei se isso serve de consolo, mas, lendo sua coluna, tenho a impressão de que você também parece não gostar delas. Será que não é por isso? Sim, talvez não seja por causa da careca, nem do cachimbo”. Será que foi Greg mesmo quem escreveu ou ele tem um irmão no jardim de infância? Aqui fica evidente que deve ter sido um irmão mais novo:

E essa é a novidade pavorosa. Homens e mulheres são bastante parecidos. Mas há uma diferença anatômica! Um piu-piu é muito diferente de uma pepeca! Pois há mulheres que nascem com piu-piu e homens que nascem com pepeca, e há inclusive quem nasça com piu-piu e pepeca, e há quem mude de piu-piu para pepeca, e vice-versa, e cada um é o que for independente do formato da jeba, ou da racha.

Vergonha alheia. Greg afirma que o filósofo, de quem não diz o nome, é misógino e machista. Pondé, claro, não tem nada de machista, e quem já leu seus livros, além de suas colunas, sabe que ele fala em nome de muitas mulheres, daquelas cansadas do tipo de “homem moderninho”, aquele mais sensível do que elas, mais engajado do que os militantes do PT, mais abnegados do que Madre Teresa de Calcutá, tudo da boca para fora, claro. Ou seja: mulher de verdade está cansada de homem de mentira, de poser de internet, de “inteligentinhos” que vão “salvar o mundo” entre goladas de vinho tinto chileno.

Entendo a fúria de Greg, mas não posso deixar impune tanta agressividade e rancor, justo de quem se diz tão tolerante e amoroso. Pondé toca na ferida dessa turma, expõe sua hipocrisia, sua covardia, e por isso é odiado. Na incapacidade de responder com argumentos, os “intelectuais” expostos atacam a pessoa. E claro, não poderia faltar a acusação de que o adversário intelectual é preconceituoso, sendo que o próprio Greg já cansou de ridicularizar evangélicos em sua coluna, destilando todo o seu preconceito:

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Resumindo: ser liberal não é o problema. O problema é ser misógino. Não estou certo de que todo liberal partilhe dos seus preconceitos. Quando o senhor destila machismos como se fossem de direita, pega um pouco mal para direita. Há muitas direitas, o senhor deve saber. Há, inclusive, mulheres na direita. Muitas delas (pasme!) são economistas. Sim, hoje em dia elas pensam por conta própria. Algumas inclusive (dizem) são feministas E de direita. Uou! “Mindfuck.”

Desconheço mulheres de direita E feministas, já que o feminismo virou um movimento coletivista raivoso e odiento que odeia mais os homens e a liberdade individual das próprias mulheres do que qualquer outra coisa. Há, claro, muitas mulheres independentes, trabalhadoras e de direita, mas que não se misturam com o feminismo enquanto movimento ideológico. Se não me engano, a própria esposa de Pondé é uma delas.

Alguém com o perfil do Greg, aliás, poderia seguir pelo fundo do pântano e, em vez de argumentar e debater ideias, alegar que o Pondé “misógino” está casado até hoje com a mesma mulher, mãe de seus filhos, enquanto a ex-mulher do Greg, pelo visto, não suportou muito sua tolerância toda, sua sensibilidade aguçada. Mas seria golpe baixo e desnecessário, e ninguém da direita precisa descer no mesmo nível da esquerda para atacá-la: preferimos expor suas contradições e a pouca profundidade de suas ideias.

Por fim, Greg arrisca até perder a boquinha no Banco do Brasil para “atacar” o governo do PT, tudo para preservar a pureza da esquerda que defende, hoje representada pelo PSOL (o PT de ontem):

E há, também, muitas esquerdas. E a esquerda que o senhor diz que pega mulher —aborteira, maconheira, festiva— representa uma parcela muito pequena da esquerda hoje em dia —infelizmente. A “”esquerda”” (pode contar, pus oito aspas) que está no poder —corrupta, reacionária, populista— só quer saber de se perpetuar no poder.

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Para Greg, o conceito de esquerda de Pondé está “ultrapassado”, como seu conceito de mulher. Estranho: a esquerda é a mesma de sempre, desde Rousseau, o “filósofo da vaidade”. Gente da elite, parte do beautiful people, pessoas gananciosas ao extremo, que sempre falam em nome dos pobres, mas a última vez que viram um foi quando reclamaram que o banheiro não estava limpo direito (os mesmos que acham que submissão é limpar banheiros nos Estados Unidos, não se vender para uma quadrilha no poder em troca de esmolas estatais).

Diante de mais um retumbante fracasso esquerdista, como todas as experiências passadas, Greg adota a tática de alegar que o PT nem é de esquerda, como não eram Lenin, Stalin, Pol-Pot, Fidel Castro, Mao, Hugo Chávez etc etc etc. Claro: a esquerda, para o humorista, é aquela que ele enxerga nas festinhas do Leblon, gente chique fumando maconha e falando de aborto como quem corta unha. É a bolha da esquerda caviar, do GNT people, da qual Greg faz parte.

Pondé expõe esses “inteligentinhos” todos, mostrando o ridículo de suas bandeiras politicamente corretas. Em desespero, revoltados com sua impotência intelectual, os “inteligentinhos” reagem: “careca, misógino, boiola!” Sim, falta até coragem para ser mais direto, mas quem não gosta de mulher é o quê? Claro, os “tolerantes” e “progressistas”, que “adoram” a diversidade, esquecem a causa gay nessas horas para “atacar” o adversário. Reinaldo Azevedo é outro que já foi “xingado” de “viado enrustido” várias vezes. Que desespero! Que incoerente! Que baixo nível! Mas não é a cara da esquerda?

Rodrigo Constantino