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Guerra das maquininhas, open banking e caveat emptor: viva a concorrência!
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Uma guerra em que os centros da atenção são as pessoas físicas, microempreendedores individuais e pequenas empresas está em andamento. Desde o início do mês, o campo de batalha do mercado das máquinas de pagamento – as maquininhas – está bem agitado. Os players – muitos deles ligados a grandes bancos como BB, Bradesco, Itaú, Safra e Santander – estão anunciando novidades para abocanhar mais clientes.

Neste jogo complicado, as estratégias são as mais variadas possíveis: recebimento de dinheiro de pagamento na hora e isenção de taxas para clientes de bancos estão entre as principais armas. “Quem está ganhando essa guerra são os usuários das maquininhas”, diz Matheus Amaral, analista da Toro Investimentos.

E normalmente é assim: a livre concorrência é o melhor amigo dos consumidores. Gustavo Franco, em sua coluna deste domingo, escreveu sobre o novo império do cliente no setor bancário, mencionando a novidade do “open banking”, uma espécie de portabilidade que pode significar a segregação entre o sistema de pagamentos e a comercialização de produtos financeiros, inclusive crédito. “Nada pode ser mais salutar para a concorrência no sistema financeiro que a elevação do poder do cliente buscar o melhor para si”, conclui o ex-presidente do Banco Central.

Uma reportagem do GLOBO deste domingo mostra o crescimento das casas independentes de análise de investimento, que expõe os limites da regulação. A busca por maior alinhamento de interesses entre cliente e analista é uma tendência mundial, pois o típico conflito de interesses entre bancos e clientes nessa área é conhecido. Trata-se de uma solução de mercado que deve ser enaltecida.

O que não quer dizer, claro, que seja infalível. Nada é. Haverá fraudes, picaretas, oportunistas. Para os casos mais absurdos, a regulação deve fiscalizar. Mas é preciso lembrar da máxima de mercado “caveat emptor”, ou seja, o comprador deve ficar atento. Encarar o governo como uma espécie de babá que vai proteger os consumidores é uma visão ingênua da coisa. Cada um deve ser o mais livre possível para escolher. Desde que aceite arcar com as consequências dos seus atos, claro. Liberdade com responsabilidade: eis a melhor receita.

Rodrigo Constantino

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