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O tema da imigração, que foi um dos mais quentes na eleição que levou Trump ao poder, voltou à ordem do dia por conta do resgate de imagens antigas de pais sendo separados de seus filhos na fronteira do México com os Estados Unidos. Isso já foi tema de um texto meu e do podcast Ideias da semana passada. Hoje trago uma experiência mais pessoal para dividir com meus leitores.

Retornei ontem ao país, após umas semanas no Brasil, e comentei no meu Facebook: “Passei pela imigração hoje. Documentação toda correta. Trump ‘malvadão’ não me separou dos meus filhos”. Quase mil pessoas entenderam a “brincadeira” e curtiram, mas alguns me consideraram insensível para com as famílias que enfrentam essas dificuldades. Vamos lá, então.

Meu ponto principal, naturalmente, era lembrar que só é separado dos filhos quem tenta entrar ilegalmente no país, ou seja, quem já chega cometendo um crime. Sou totalmente sensível ao desespero de muitos deles, que costumam viver em países destroçados pela esquerda, e querem fugir para uma nação capitalista mais livre e próspera.

Mas um dos pilares da superioridade da América, motivo pelo qual é tão desejada como destino, é seu “império das leis”. Pregar, portanto, em nome de um “humanismo” mal calibrado, que a lei seja ignorada para que essas famílias permaneçam juntas é incentivar a avacalhação geral do país, que passaria a não ter fronteiras e viraria a casa da Mãe Joana. Em pouco tempo seria uma bagunça como são as republiquetas das bananas latino-americanas, de onde muitos desses imigrantes ilegais tentam fugir.

Os americanos, então, estão tentando preservar a ordem, a lei, o respeito às autoridades, valores liberais fundamentais para impedir um declínio rumo ao destino típico da vizinhança ao sul. É por ser um país com mais rigor na aplicação das leis que a América prosperou, além do ambiente mais livre para negócios. Os republicanos entendem isso, enquanto os democratas parecem mirar no modelo latino-americano, que claramente fracassou.

O fluxo imigratório, podem verificar, é sempre de países mais socialistas para países mais capitalistas, de estados fracassados para nações com império das leis. Não é por acaso. O “brain drain” é um problema grave em países que insistem por tempo demais no erro, nas receitas equivocadas da esquerda, como aconteceu no Brasil recentemente. Milhares de brasileiros decentes e com disposição ao trabalho têm abandonado o barco, cansados de apanhar tanto do governo ou dos marginais impunes, tratados como “vítimas da sociedade” pela esquerda.

Sou um desses, e resolvi viver na Flórida há pouco mais de três anos. Não virei as costas ao meu país; pelo contrário: meu grau de dedicação continua total, e me tornei ainda mais ousado por estar fisicamente fora, mais seguro, com minha família desfrutando de um entorno melhor – tanto em termos de segurança como cultural. Cheguei a escrever um desabafo semana passada aos que costumam repetir que “abandonei” o Brasil e, por isso, não deveria mais me meter em assuntos políticos:

Gravei entrevista na Infomoney com Alan Ghani, depois participei do “teste do sofá” do MBL na segunda e gravei depoimento para o documentário sobre o impeachment. Jantei na casa de Flavio Rocha com empresários paulistas no mesmo dia, fazendo uma palestra sobre minha visão conjuntural do país. Na terça gravei entrevista com Leda Nagle ainda em SP. Na quarta palestrei para a turma querida do IFL em Belo Horizonte. Na quinta, fiz uma palestra na Associação Comercial do Paraná, depois de ter feito uma “live” na Gazeta do Povo. Hoje, após ver o jogo do Brasil no avião e numa lanchonete do aeroporto, almocei com Paulo Guedes no Rio e gravei entrevista para o programa da Flavia Cohen na Band, na casa do presidente da Federação Israelita. Agora preciso descansar um pouco. Mas ainda tem gente que repete que “abandonei” o Brasil, só porque não estou mais fisicamente o tempo todo no país. É mole? Bom fim de semana a todos!

Sei que não deveria dar bola aos invejosos, mas aproveito a ocasião para explicar o risco que o Brasil corre se reformas liberais não ocorrerem logo. Enquanto o Brasil trata muito mal os empreendedores, os cidadãos corretos, trabalhadores, pagadores de impostos, os Estados Unidos de Trump vêm à contramão, reduzindo impostos corporativos, enaltecendo a figura dos empreendedores que criam riqueza. Uma mudança positiva da era Obama.

A esquerda, a mesma turma que destruiu o Brasil, adora atacar Trump, pois acha que as fronteiras deveriam ser escancaradas para quem quiser entrar, o que faria da América um Brasil em poucos anos. Os americanos, que elegeram Trump, sabem melhor. Eles sabem que é preciso endurecer com os imigrantes ilegais, e receber quem efetivamente está disposto a passar pelo árduo processo legal e contribuir com a criação de riqueza no país, em vez de depender de benesses estatais. Eles abrem os braços para quem traz talento, capital, e não tem qualquer histórico de crime. Não é certo uma nação filtrar quem pode se tornar cidadão?

Minha experiência pessoal, portanto, comprova que o governo atual não é contra imigrantes, mas sim contra imigrantes ilegais ou que não preenchem os quesitos exigidos – e que todo país tem direito de exigir, pois seu governo existe para proteger os interesses de seu povo, não os da humanidade inteira. Hoje mesmo fiz a entrevista com um oficial muito simpático e tive meu Green Card aceito por “habilidades extraordinárias”, após um longo processo em que um grande dossiê sobre minha vida foi montado.

Estou muito feliz, claro, e me sentindo reconhecido, admirado, respeitado por aqueles que me recebem em sua casa – agora minha também. Sei de vários outros amigos que passaram ou estão passando pelo mesmo processo, investindo, comprovando suas capacidades produtivas, seu histórico exemplar. Como achar que esse imigrante ou aquele que paga para um “coiote” ajudar em sua travessia criminosa, muitas vezes usando crianças como “escudos”, são iguais?

Para os democratas de esquerda, o ilegal vale mais, pois se permanecer ilegal no país e depois tiver asilo, vivendo de esmolas estatais, certamente será um eleitor do Partido Democrata, que promete um estado de bem-estar social bancado por quem produz riqueza. Já o Partido Republicano prefere um imigrante como eu, que fez tudo “by the book”, que já chega enaltecendo o conceito de “law-abidind citizen”. Podem estar seguros de que farei de tudo para respeitar o legado americano: entendo o que fez da América o que ela é.

Eu saí do Brasil para viver na Flórida justamente porque julgo a Flórida um lugar melhor para se viver. Não faria o menor sentido defender as receitas esquerdistas que fizeram com que o Brasil, especialmente meu querido Rio de Janeiro, ficasse para trás, expulsando tanta gente boa de lá. Meu objetivo é transformar o Brasil num lugar mais parecido com os Estados Unidos, não o contrário. Dessa forma, o “brain drain” seria estancado, e os brasileiros decentes poderiam produzir mais riquezas para sua própria nação.

Mas para isso é preciso derrotar o esquerdismo cultural, tão enraizado em nossa população. Essa é a minha missão de vida, estando no Brasil ou na América, não importa. Pretendo usar as minhas “habilidades extraordinárias”, assim reconhecidas pelo governo americano, para continuar lutando pela melhoria do Brasil. Resta saber se a maioria quer essa ajuda, ou se prefere alimentar a inveja mesquinha contra aqueles que tiveram algum sucesso na vida, o câncer que abre o caminho para o crescimento do socialismo, a pura idealização da inveja.

Fecho com meu agradecimento aos oficiais do Departamento de Imigração, ao escritório Hayman-Woodward, que cuidou do meu caso sem transtornos, e aos ilustres amigos que aceitaram escrever cartas de recomendação para atestar minhas habilidades. Sou muito grato a todos pela colaboração. E viva a América!

Rodrigo Constantino

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