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Herança de Mandela é estimada em R$ 10 milhões
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Quando escrevi um texto sobre o outro lado de Mandela, por conta da “canonização” após sua morte, recebi uma saraivada de ofensas. O homem era uma unanimidade. Líder humilde dos pobres, dos negros desvalidos e segregados. Parcialmente verdade. Mas e o tal outro lado, ninguém quis ver?

Eis que agora ficamos sabendo a soma de seu espólio, a ser disputado pelos herdeiros: a bagatela de R$ 10 milhões:

O patrimônio do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela foi avaliado provisoriamente em 46 milhões de rands ( cerca de R$ 10 milhões), informou nesta segunda-feira à imprensa um de seus testamenteiros, o juiz Dikgang Moseneke.

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O testamento de Mandela será lido nesta segunda-feira, o que pode abrir uma nova rodada de disputas por seu legado financeiro dentro da sua grande e conflagrada família.

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Sua herança inclui um imóvel de luxo em Johanesburgo, uma casa modesta na província do Cabo Oriental e direitos autorais de seus livros, incluindo a autobiografia “Longa Caminhada Até a Liberdade”.

Mais do que isso, ele deixa também uma forte marca política e moral, que alguns dos seus mais de 30 filhos, netos e bisnetos já usam para vender de tudo – de roupas a reality shows.

Nada contra o acúmulo dessa fortuna em vida. Se legítima, tudo bem. Como o capitalista liberal que sou, acho até louvável pessoas que são capazes de amealhar tanto dinheiro no livre mercado. Não é fruto de exploração, roubo, esquema com governos? Então merece aplausos.

Para mim! Mas não para a esquerda jurássica que condena o capitalismo, a ganância, o lucro, a riqueza, vista sempre como fruto da exploração. Um pouco mais de coerência então, não é mesmo? Se fosse um empresário rico com uma casa de luxo e milhões na conta, seria logo acusado de explorador pela mesma esquerda que enaltece o “líder do povo”. Um peso, duas medidas.

O que mais tem por aí é líder popular e socialista endinheirado. Nosso Guia mesmo, um ex-metalúrgico, homem do povo, só que não! Um milionário que faz parte da elite financeira deste país, que leva R$ 200 mil em uma só hora de palestra.

Pelo visto, acumular milhões e viver no luxo não é pecado capitalista, como acusam as esquerdas, desde que feito por alguém que se diz socialista ou líder popular. Só não vale ser rico e capitalista. Isso, sim, é pecado mortal. Faz sentido?

Rodrigo Constantino

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