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Hino canadense “sem gênero” é sintoma de um mundo doente
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Quase todo santo dia eu publico alguma notícia que ilustra como o mundo ocidental moderno está doente, tomado pelo politicamente correto, pela histeria, pela marcha das “minorias oprimidas”, pela “revolução das vítimas”, pelo mimimi e o vitimismo de gente afetada, e pela emasculação dos homens. Mas talvez nenhuma outra notícia mostre tão bem o grau de maluquice como esta, de que o hino nacional do Canadá poderá ser alterado para ficar “sem gênero”.

O primeiro ministro, Justin Trudeau, afirmou apoiar a mudança proposta. “A proposta de Mauril de deixar o hino sem marcação de gênero passou no Senado – mais um passo importante no caminho da igualdade de gênero”, postou Trudeau em seu Twitter. “Eu estou muito, muito feliz. Há mais de 30 anos existem tentativas de mudar nosso hino nacional, algo que é tão importante para uma nação e deve incluir todos as pessoas”, falou o Senador Frances Lankin para a CBC News. “Estou orgulhoso de fazer parte do grupo que permitiu essa mudança”.

O primeiro-ministro Justin Bieber, digo, Justin Timberlake, caramba!, quero dizer Justin Trudeau representa como poucos a geração Nutella, dos “flocos de neve”, acostumada a viver numa bolha “progressista”, em “locais seguros” protegidos de todas as ameaças e riscos, para não dizer “ofensas”. O sujeito, para ser apenas patético, ainda precisaria melhorar muito. E essa medida aplaudida pela esquerda demonstra como o pêndulo extrapolou. Pode parecer besteira, mas é um sinal importante de por que o Ocidente corre perigo.

Hinos são símbolos nacionais que costumam exaltar o amor à Pátria e a coragem dos soldados, a glória das conquistas e da resistência armada contra inimigos, a busca pela liberdade com sangue. São canções que despertam o sentimento de identidade nacional, que unem os povos em torno de objetivos comuns, que aproxima as pessoas. A Pátria é normalmente retratada como figura maternal, o militarismo de quem a defende é heroico, o enaltecimento a Deus é comum. Defender com o próprio sangue a liberdade, a honra e a glória: eis o que os hinos tendem a representar.

Os canadenses “progressistas” ignoram tudo isso, em troca de uma “igualdade” forçada e artificial, que despreza o papel do masculino nessa combinação, que desdenha da virilidade necessária dos soldados que lutam e morrem pela “mãe”. Por Justin Trudeau, o hino canadense poderia elogiar o “gênero fluido”, e talvez uma figura afeminada como ele enfrentasse com flores a invasão de bárbaros com turbantes se explodindo nas ruas do país.

Abaixo, veremos alguns trechos de hinos nacionais, retirados do livro Hinos de todos os países do mundo, organizado por Tiago José Berg. O leitor poderá ter uma noção melhor dos pilares comuns desses hinos, e porque, então, a decisão do Canadá soa tão ridícula e preocupante, como sintoma de um Ocidente enfraquecido, acovardado, delicado demais:

Áustria

Terra de montanhas,

Terra na margem do rio,

Terra de campos, terra das catedrais,

Terra dos martelos, de futuro próspero!

Tu és a pátria de grandes filhos,

Uma nação dotada de belezas,

Áustria, de muitas glórias!

Áustria, de muitas glórias!

Bélgica

Ó Bélgica,

Ó mãe querida,

A ti nossos corações, a ti nossos braços!

A ti nosso sangue,

Ó Pátria!

Nós todos juramos, tu viverás!

Tu viverás sempre grande e bela

E tua invencível unidade.

Terá por ela imortal:

O Rei, a Lei, a Liberdade!

Brasil

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada,

Brasil

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil!

Canadá

Oh! Canadá!

Nosso lar e terra natal!

O fiel amor patriota em teus filhos comande.

Com corações ardorosos vemos a ti progredir,

o legítimo Norte, forte e livre!

Por toda parte, oh Canadá,

Estamos em guarda por ti.

Deus proteja nossa terra gloriosa e livre!

Dinamarca

Aqui assentaram-se nos tempos idos

Gigantes de armadura,

Descansados do combate

Ao encontro de inimigos marcharam;

Agora descansam das canseiras

Atrás das pedras dos túmulos nas colinas.

Este país continua belo

Porque os mares azuis o circundam

E as folhas se mostram tão verdes,

E nobres mulheres, lindas virgens

E homens e rapazes viris

Habitam as ilhas dinamarquesas.

Estados Unidos

E onde está todo o bando

Que jactante, jurou,

Que os horrores da guerra

e da luta o furor

Nosso lar, nossa Pátria

Tirariam de nós?

Já seu sangue lavou-lhe

As impuras pegadas.

Mercenários e escravos

Nada pôde salvar

Da torpeza da fuga

Ou de morte exemplar.

E o pendão listro-estrelado

Triunfa, agora, sobre o chão

De nossa gente livre e dos

Bravos da Nação.

França

Avante, filhos da Pátria,

O dia da glória chegou.

O estandarte ensanguentado da tirania,

Contra nós se levanta.

Ouvis nos campos rugirem

Esses ferozes soldados?

Vêm eles até nós

Degolar nossos filhos, nossas mulheres.

Às armas cidadãos!

Formais vossos batalhões!

Marchemos, marchemos!

Nossa terra do sangue impuro se saciará!

México

Cinja, oh Pátria! Tuas têmporas de oliva

Da paz o arcanjo divino,

Que no céu teu eterno destino

Pelo dedo de Deus se escreveu.

Mas se ousar um estrangeiro inimigo,

Profanar com seu passo teu solo,

Saiba, oh Pátria querida! Que o céu,

Um soldado em cada filho te deu.

Pátria! Pátria! Teus filhos te juram

Exalar em teus altares seu alento,

Se o clarim, com seu bélico acento,

Os convoca a lutar com valor.

Noruega

Norueguês, em casa e cabana,

Agradeça a teu grande Deus.

Ele protegerá vosso país,

Embora não possas notar.

Enquanto nossos pais lutavam,

E nossas mães choravam,

O Senhor calmamente nos guiava,

Até obtermos nossos direitos.

Nova Zelândia

Homens de todo credo e raça

Reúnam-se aqui perante a tua face,

Pedindo-te para abençoar este lugar,

Deus defenda nossa livre terra.

Da discórdia, inveja, ódio,

E corrupção guarde nosso Estado,

Faça o nosso país ser grande e justo,

Deus defenda a Nova Zelândia!

Portugal

Heróis do mar, nobre Povo,

Nação valente, imortal

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria, sente-se a voz

Dos teus egrégios avós,

Que há de guiar-te à vitória!

Às armas! Às armas!

Sobre a terra sobre o mar.

Às armas! Às armas!

Pela pátria lutar!

Contra os canhões marchar, marchar!

# # #

Como podemos ver, não é muito difícil extrair um denominador comum desses hinos todos. Eles enaltecem a figura maternal da Pátria, convocam seus filhos soldados a lutar por ela, a defender seu solo, sua propriedade, sua liberdade contra inimigos externos, exige coragem em troca de heroísmo e glória.

Tais canções patrióticas reconhecem algo que os conservadores compreendem bem, e os “progressistas” ignoram por completo: a necessidade de um sentimento de união e patriotismo para lutar pela liberdade, uma vez que ela jamais pode ser tomada como algo garantido. Ela custa caro. Ela costuma ser obtida e preservada somente com o derramamento de sangue.

Conservadores como Churchill sabiam dessa verdade. “Progressistas” como Trudeau acreditam que basta cantar “Imagine” num grande círculo contendo 168 gêneros, todos com camisetas brancas com a pomba da paz, que o mundo será um eterno parque de diversões. O “progressismo” é a doença infantil do socialismo…

PS: O caso mais bizarro parece ser o da Dinamarca, terra dos vikings viris que hoje se tornou a capital mundial do “progressismo”. É muita transformação em pouco tempo!

PS2: O Canadá sempre pôde se dar ao luxo de ser meio “pacifista” porque tem, ao lado, o irmão forte para defende-lo. Parece aquele moleque chorão que, desafiado, fala que vai chamar o irmão mais velho para protege-lo. Assim é mais fácil bancar o bonzinho…

Rodrigo Constantino

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