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Pesquisa atrás de pesquisa, o Brasil insiste em se considerar um país miscigenado, em que a “raça” não é tão bem definida como os racistas gostariam. Em respostas espontâneas, algo como 40% dos brasileiros se consideram “pardos”, ou seja, uma mistura de branco e negro, sem preponderância de um deles. Mas essa maioria parda incomoda aqueles que querem insistir numa narrativa segregacionista, que joga negros para um lado, e brancos para o outro.

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Logo, como num passe de mágica, os pardos desaparecem e se tornam negros. É como se seu pai ou sua mãe morressem, sumissem do mapa, para que somente um sobrevivesse, sempre o negro. É porque assim facilita na hora de pintar o negro como uma minoria oprimida, o objetivo inicial dessa turma.

Foi o que aconteceu nessas eleições. o UOL, da Folha, resolveu fazer uma reportagem sobre a presença racial nas urnas, e claro que desapareceu com os pardos, considerando-os negros. Isso é parte de uma agenda que pretende fomentar a divisão do país com base no conceito de raça, e que avançou muito durante a era lulopetista, como explica o jornalista José Maria e Silva, de Goiás:

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O estrago que o PT fez no Brasil é profundo. E um dos maiores males é a novilíngua petista, que contaminou até instituições outrora sérias como o IBGE. Hoje, para o IBGE, a maioria da população brasileira é negra, porque, por decreto, a mando do PT e por influência da academia, o instituto considera negros todos os pardos, como se eles não tivessem o direito de ser um meio-termo entre uma cor e outra. 

E a imprensa comprou acriticamente esse absurdo. Com isso, temos de aturar matérias como a da Folha. E não é só a Folha; toda a imprensa obriga os pardos a serem negros e, com isso, transformam os negros em maioria da população. Os pardos são manipulados politicamente pela esquerda, que os usa para enaltecer as políticas da Era Petista, ao mesmo tempo em que os usa também para condenar o suposto preconceito racial da sociedade, como nesta matéria específica do UOL. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Se a nação não reagir a isso enquanto é tempo e não exigir do IBGE que faça ciência e pare de obrigar todos os pardos a serem negros, isso vai nos levar a uma guerra racial. Num futuro não muito distante, negros e brancos vão se matar nas ruas deste país.

Os racistas não vão descansar enquanto o Brasil não estiver claramente dividido, com apenas duas “raças”, e de preferência uma contra a outra. O PT pode ter levado um duro golpe das urnas, do povo, mas seu legado nefasto continua entre nós. Foi o que argumentou o sociólogo Demétrio Magnoli em sua coluna de hoje na Folha, alertando para a permanência do Zeitgeist petista entre nós, usando como exemplos a “arte” e a “educação”:

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A “visão paternalista do povo brasileiro” (Naves, sobre a Bienal) manifesta-se, há anos, na guerrilha contra o ensino prescritivo da língua portuguesa. Tomando como pretexto a crítica moderna, tão necessária, ao ensino tradicional de gramática, os guerrilheiros acusam as escolas e (claro!) a “mídia” de usarem a norma culta escrita como instrumento de “discriminação” e “controle social”. Dessa plataforma, suas franjas mais demagógicas propõem a eliminação escolar dos parâmetros unificadores da língua escrita.

Na versão inicial das bases curriculares nacionais, ao lado da abolição da “história ocidental”, os demagogos da língua praticamente aboliram a gramática. Assim, escondidos no óbvio, que é o reconhecimento da diversidade no uso da língua, delineiam um programa de oficialização do “apartheid linguístico”, condenando os alunos das escolas públicas à incapacidade de apreender o sentido dos textos impressos nos jornais e de apreciar a herança literária portuguesa e brasileira.

“Quando Lula fala, tudo se ilumina”, exclamou certa vez Marilena Chaui, formulando uma tese filosófica que, por motivos mais práticos, ganharia a adesão de Marcelo Odebrecht. O PT sofreu uma avassaladora derrota nas urnas, mas o zeitgeist que introduziu segue entre nós.

Por isso tenho dito e repito: o PT está quase morto, mas o petismo continua bem vivo entre nós, causando estragos com sua narrativa suja, com seu duplo padrão, com a “marcha dos oprimidos”, com a “revolução das vítimas”. E para essa agenda o indivíduo não existe. As “minorias” são apenas mascotes, peões usados no tabuleiro de xadrez daqueles que almejam o poder.

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Se você se considera pardo, ou seja, uma mistura, saiba que não é assim que a esquerda te enxerga. Para ela, você é negro, seu pai ou sua mãe não existem, e tudo para a manipulação das estatísticas, até que elas confessem o que for preciso para o avanço do esquerdismo.

Rodrigo Constantino