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Islamofobia é um termo inventado por quem defende a sharia
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Nem esfriou o sangue das dezenas de vítimas do novo atentado terrorista islâmico em Paris e já tem vários esquerdistas saindo em defesa… dos radicais islâmicos! Alguns culpam o Ocidente pelo ataque, transformando sempre vítima em algoz e algoz em vítima. E outros desviam o foco para a preocupação com o crescimento da “islamofobia”, como se o grande problema do mundo livre hoje fosse o preconceito contra muçulmanos, os mesmos que tinham todas as liberdades na mesma Paris que foi alvo dos ataques.

Diante disso, cabe resgatar o que disse Ayaan Hirsi Ali, ela mesma uma vítima do radicalismo islâmico que conseguiu fugir dessa submissão e encontrar a liberdade no refúgio ocidental. Seu livro Infiel é um relato corajoso que deveria ser lido por todos que desejam compreender melhor o Islã. Hirsi Ali vive hoje ameaçada de morte pelos intolerantes, incapazes de conviver com a crítica.

Em uma entrevista mais antiga ao GLOBO, a autora, que lançou livro novo, falou sobre o fundamentalismo da religião em que foi criada e da importância de uma mudança de atitude, não só dos próprios muçulmanos, como dos ocidentais. Seguem alguns trechos:

Não acho que as coisas melhoraram. O que melhorou é que há mais ativismo de mulheres. No Afeganistão, há mulheres lutando pelos seus direitos e contra a sharia (lei islâmica). Na Arábia Saudita, há mulheres lutando pelo direito de dirigir. No Egito, contra abuso sexual. Acredito que o ativismo que estamos vendo agora é em resposta ao fato de que as mulheres estão se comprometendo e desafiando o radicalismo do Islã no Oriente Médio e em alguns países. Em 1960, as mulheres nos países muçulmanos tinham problemas, mas os governos e as sociedades estavam mudando e se modernizando. Há uma involução dos direitos das mulheres. Quando há ascensão do Islã radical, os direitos das mulheres são completamente violados.

[…]

Somos ensinados que violência por causa de Alá é obrigação. Se você ler o material de segurança e de propaganda do Estado Islâmico, o que se vê constantemente são referências ao profeta Maomé e ao Alcorão. Quando se pergunta sobre violência, os extremistas dizem que não estão inventando essas coisas. Que o profeta fazia o mesmo. Ele também decapitou, ele também escravizou mulheres. Eles argumentam que estão fazendo justamento o que o profeta ordenou.

[…]

No livro “Herege”, a senhora defende a necessidade de uma reforma no Islã. Quais são os principais pontos?

O primeiro é atitude. Muitos muçulmanos acham que têm de agir exatamente como está escrito no Alcorão e seguindo os passos de Maomé. A reverência incondicional ao profeta e ao livro é um problema. O segundo é a narrativa da vida após a morte. O Islã é obcecado com a ideia de se preparar para a morte. A morte é o objetivo. Outra mudança seria na sharia, que regula absolutamente tudo no mundo islâmico. Por último, a jihad, que significa guerra santa, deveria ser substituída por guerra de paz.

[…]

O que a senhora diria às pessoas que a acusam de islamofobia?

Há organizações e líderes muçulmanos que sustentam que o Islã não é o problema. O termo (“islamofobia”) foi fabricado para calar qualquer discussão ou crítica ao Islã. Foi criado por quem quer promover a ideia da sharia.

Como os governos locais e a comunidade internacional podem combater o extremismo?

Podem fazer isso encorajando a reforma, ajudando as organizações que propõem mudanças, confrontando a ideologia radical e propagando a narrativa da vida, da vida antes da morte, na Terra, em vez de vida após a morte.

Enquanto a esquerda ocidental insistir em rebater todas as críticas ao Islã como fruto da tal “islamofobia” e passar a mão na cabeça de bárbaros para detonar o próprio Ocidente, esse avanço islâmico continuará, e uma reforma iluminista ficará cada vez mais distante do Islã.

Essa complacência ou conivência da esquerda, aliás, é o que tem permitido a islamização ocidental bem no seio da Europa, como retratado no livro de ficção de Michel Houellebecq, Submissão, resenhado por mim aqui.

As feministas que se julgam corajosas porque cospem ou jogam água na cara de padres idosos deveriam estar lá, nos países islâmicos, lutando pela verdadeira libertação feminina, já alcançada há décadas no Ocidente que elas tanto “odeiam”. Muito mais grave do que a suposta “islamofobia”, afinal, é a “ocidentofobia”, dessa turma que vive no conforto e na segurança do Ocidente capitalista enquanto adora odiá-lo.

Rodrigo Constantino

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