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Tenho bastante respeito e admiração por Ives Gandra Martins, e já tive a oportunidade de dizer isso pessoalmente a ele. Tal respeito e tal admiração só aumentam quando leio um artigo como o de hoje, publicado no Estadão. O renomado jurista usa a pensadora russa Ayn Rand para retratar nosso país atual sob a mediocridade petista. Diz ele:

Seu romance A Revolta de Atlas, escrito há mais de 50 anos, talvez seja o que melhor retrata a mediocridade da corrente de assunção do poder por despreparados cidadãos que têm um projeto para conquistá-lo e mantê-lo com slogans contra as elites em “defesa do povo”, o que implica a destruição sistemática, por incompetência e inveja, dos que têm condições de promover o desenvolvimento.

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[…]

O que de semelhante vejo na mediocridade reinante no governo federal do Brasil, loteado em 39 ministérios e 22 mil amigos do rei não concursados, vivendo regiamente à custa da Nação, sob o comando da presidente da República, é a destruição sistemática que, nos últimos anos, ocorreu com a indústria brasileira, abalada em seu poder de competitividade por um Estado mastodôntico, que sufoca a Nação com alta inflação, elevada carga tributária, saldo desprezível na balança comercial, superávit primário ridículo e maquiado, rebaixamento do nível de investimento exterior, desvio em aplicações de capitais que deixam de ser colocados no País para serem destinados a outras nações emergentes, perda de qualidade no ensino universitário e na assistência social. Por outro lado, os programas populistas, que custam muito pouco, mas não incentivam a luta por crescimento individual, como o Bolsa Família (em torno de 3% do Orçamento federal), mascaram o fracasso da política econômica. O próprio desemprego, alardeado como grande conquista – leia-se subemprego -, começa a ruir por força da queda ano após ano do produto interno bruto (PIB), que cresce pouco e cada vez menos, e muito menos que o de todos os países emergentes de expressão.

Ives Gandra afirma, sem rodeios, que tudo indica que estamos seguindo uma estrada semelhante àquela trilhada pela Argentina e Venezuela. O ataque sistemático aos empreendedores, os que realmente produzem riqueza para uma nação, comprova isso. O populismo leva a apenas um destino: a ruína.

Com um tom misto entre a esperança e o desespero, sentimento comum a todos os brasileiros decentes hoje, o professor Gandra conclui: “Precisamos apenas saber se o eleitor brasileiro está consciente de que, se não houver mudança de rumos, o Brasil de país do futuro, como escreveu Stefan Zweig, se tornará, cada vez mais, o país do passado, vendo o desfile das outras nações passando-lhe à frente, por se terem adaptado às mudanças de uma sociedade cada vez mais complexa e competitiva, em que apenas os países que se prepararem terão chances”.

Queremos mergulhar no passado, nas ruínas do populismo? Então só há uma coisa a ser feita: mudar! E nunca se esqueça de perguntar: afinal, quem é John Galt?

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Rodrigo Constantino