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O Banco Central divulga toda segunda-feira o Boletim Focus, com as expectativas de cerca de cem analistas para os principais indicadores da economia para o ano corrente e o próximo. Normalmente, vale notar, esses analistas têm sido otimistas demais na média, errando sempre para cima a previsão de crescimento econômico. Mesmo assim, o que vemos não é nada animador.

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A mediana das previsões do PIB para 2015 já está abaixo de 1%, e caindo. Os analistas esperam um crescimento de 0,77% para o ano que vem:

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Não obstante o baixo crescimento e cada vez menor, que ainda julgo otimista, para ser sincero, a previsão para a inflação continua em alta:

Em outras palavras, esses analistas estão antecipando que o quadro de estagflação continua valendo para 2015, com inflação no topo da elevada meta e crescimento econômico pífio, quase inexistente. Isso mesmo com uma taxa de câmbio esperada para o final de 2015 de apenas R$ 2,67, o que pode ser novamente otimista. Se o dólar subir mais, isso vai ter efeito no índice de inflação.

Ou seja, 2015 será um ano de ajustes, um ano em que as medidas “impopulares” terão de ser tomadas, mesmo por um governo Dilma que se orgulha de ser “nacional-desenvolvimentista”. A indicação de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda já está incorporada nessas estimativas. Uma andorinha só não faz verão, assim como um “fiscalista” sério com doutorado em Chicago não faz milagres após tanta trapalhada da turma heterodoxa de Dilma.

O ano que vem será, na melhor das hipóteses, um ano perdido. Mais um, diga-se de passagem. Inflação bastante alta e crescimento quase nulo. Apertem os cintos. E que a ressaca seja suportável e também suficiente para melhorar as condições para que 2016 possa ser melhor. Quem viver, verá…

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Rodrigo Constantino