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Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal

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Recebemos um relato que vale muito a pena compartilhar pelo que tem de bizarro e sintomático dos tempos que vivemos. Os eventos descritos aconteceram na tarde desta sexta-feira (16), na porta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Reparem bem: Universidade Católica.

Pois muito bem. Transcrevemos o relato do estudante Darwin Schmidt e voltamos em seguida:

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“Eu e o Jonathan somos estudantes da PUC-Rio. Fomos ao portão do campus distribuir o jornal O Universitário. Em sua primeira edição, criada pelo grupo de leigos católicos Centro Dom Bosco, O Universitário expõe através de artigos e entrevistas aquilo que já é muito sabido: as universidades e, consequentemente, toda a elite intelectual, estão tomadas por ideias que têm em seu cerne o comunismo. Essa situação é agradável aos intelectuais e defendida por estudantes. O pensamento que deveria ser subversivo e revolucionário tornou-se hegemônico e bestializante. Num ímpeto por todos se agradarem uns aos outros, todos curiosamente concordam com tudo.

Mas nós somos católicos e estamos reagindo a isso. Entregamos do lado de fora da universidade para não buscarmos problemas, mas sabíamos que iríamos sofrer retaliações. Ao contrário de todos, não buscamos agradar a ninguém. Distribuímos a partir do meio-dia até 12h40 sem muitos problemas. Logo chegou um grupo de uns cinco rapazes dizendo: ‘É o seguinte, vocês não vão distribuir este jornal aqui.’ Perguntei-lhes o porquê. ‘Vocês não têm autorização do reitor, cadê a autorização de vocês?’. Argumentei que estávamos do lado de fora do portão. Eles disseram então que o reitor tem autonomia de até 20m além do portão de entrada. É mentira e não faz sentido, mas, não querendo arrumar confusão, fomos mais à frente para respeitar o tal espaço do reitor.

Como eles não estavam realmente preocupados com autorização, mas sim com o conteúdo cristão e anticomunista, isso obviamente não foi o bastante. Começaram aí os gritos de ‘fora, fascistas!’. Um professor, após folhear um exemplar, disse que deviam pegar todos esses jornais e jogar fora. Depois começou a histeria generalizada da manada que se aglutinava. Pedi a uma garota que parasse de gritar. Outro aluno que me viu considerou minha atitude justificativa para eu levar um tapa na cara, como ele deu, gritando ‘respeita as mina’. Continuamos falando ‘bom dia, jornal O Universitário’ a todos que chegavam, mesmo com os manifestantes gritando, empurrando-nos, tomando-nos os jornais e os rasgando. Meu amigo, Jonathan, apesar de não ter sido fisicamente agredido, foi o mais atacado e intimidado, paradoxalmente, por ser negro. Um aluno gritava-lhe, com o dedo rijo na cara dele, ‘Como você pode ser negro e defender o Bolsonaro?’, ‘Você é preto’, ‘Você é responsável pelo genocídio dos negros também’. Era-lhes inconcebível um negro que não seguisse passo a passo os ditames politicamente úteis deles. Chamaram-no até de capitão do mato, num racismo bastante explícito.

Os seguranças da PUC foram bastante prestativos. Separaram prováveis pancadarias dos revoltosos contra nós e depois ainda anotaram nossos nomes para poder nos proteger em situações futuras. Um deles me acompanhou até a sala de aula para que eu não tivesse problemas. Entre uma aula e outra, um segurança até veio elogiar nossa atitude diante dessas pessoas. Ele, como muitos fora e dentro da universidade, mesmo que silenciosamente, faz parte e se sente representado pela causa da verdadeira liberdade de pensamento nas universidades. Prova disso é a repercussão positiva que o fato teve pelo país inteiro. Não vamos nos sentir intimidados, não vão nos parar.”

Cenas de agressão, agarramento e hostilidade podem ser encontradas nos vídeos publicados pelo próprio Centro Dom Bosco e pela PUC Livre, que gentilmente nos cederam a íntegra dessa triste história. O segundo vídeo ainda mostra uma estudante com sérios problemas acusando o jornal aos gritos de ser “preconceituoso”, “fascista” e “higienista”.

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É isso mesmo que os leitores estão vendo. Um jornal católico, de uma instituição católica, distribuído nas proximidades do portão de uma universidade católica (pelo menos no nome!) se transformou em “fascismo”. No que depender desses trogloditas da censura, a mínima lógica é um detalhe a ser dispensado.

Já tivemos a oportunidade de ver, nas redondezas de nossa própria universidade, a Federal do Rio, militantes de um grupo marxista entregando panfletos e convidando os transeuntes a participar de suas reuniões. Que fizemos quando fomos abordados? Apenas os deixamos lá. Em contrapartida, essas criaturas cujas atitudes sequer podem ser comparadas com justiça às de animais preferem escoicear, alérgicas a qualquer diversidade de pensamento. Deixam claro que, mesmo na universidade “católica”, o Marxismo pode, o Cristianismo, não.

Não vemos melhor maneira de encerrar que com a exortação feita pelo próprio Schmidt, reportando-se aos seus agressores, que demonstra de maneira incontestável a sua superioridade moral em relação a eles:

“Convido a todos que se oporem a isso (o trabalho do jornal O Universitário e do Centro Dom Bosco) a formarem um jornal contrário ao nosso e divulgá-lo ao mesmo tempo que nós. Posso garantir que ninguém os impedirá, como ninguém os impede. Todos idolatram os grandes críticos, só falta agora quem critique os críticos.”

Nossas palmas e nosso reconhecimento pela atitude corajosa. Não queríamos, não amamos a ideia, mas estamos em combate. Um combate não para trucidar o adversário, mas um combate pelo direito de existir e emparelhar as forças. As atitudes de quem não se intimida devem ser incessantemente encorajadas e, no que depender de nós, procuraremos sempre dar-lhes os holofotes que pudermos.

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