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Liberais cobram participação de João Amoedo, do Novo, em debates
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O Partido Novo é de fato uma das poucas novidades na política nacional nos últimos anos. Vimos muitos “partidos” mudando de nome, tentando se vender como novidade, mas na prática representando apenas novas embalagens para a velha política. O Novo é diferente: surgiu de um esforço orgânico de baixo para cima, de cidadãos de fora da política, para tentar mudar a forma de resolver as questões públicas, e trazendo uma mensagem efetivamente liberal, algo raro até aqui.

Seus milhares de simpatizantes e membros, portanto, gostariam de ver o candidato a presidente e fundador do Novo, João Amoedo, tendo a oportunidade de levar essa mensagem ao Brasil todo, expondo uma visão alternativa durante os debates. Uma campanha foi iniciada para que Amoedo fosse convidado para os debates com os demais candidatos. Emissoras alegam, porém, que há critérios como cláusula de barreira e que a baixa intenção de votos não permitiria incluir Amoedo.

Compreende-se a importância de critérios, até porque a quantidade enorme de candidatos inviabilizaria debates. O primeiro que tivemos, na Band, mostrou bem isso. Mas qualquer critério que inclua um invasor de propriedades como Guilherme Boulos ou uma figura circense como o cabo Daciolo, mas exclua alguém sério e com propostas sérias como João Amoedo só pode ser um critério equivocado. A razão talvez esteja, então, em outro lugar, como na ideologia exposta de certos jornalistas:

A simpatia da imensa maioria da imprensa pela esquerda, mesmo uma radical e criminosa que defende invasões e a ditadura venezuelana, pode ajudar a explicar esse viés na hora de convidar candidatos para debates. O que o Novo pede é uma chance de levar suas propostas embasadas para o telespectador, em meio a vários outros que querem apenas disseminar mentiras sensacionalistas, oferecer milagres irreais, como limpar o nome das pessoas do SPC ou fazer promessas absurdas e demagógicas.

Que a Band ou outras emissoras deem preferência a Boulos é até esperado. Mas num evento do Instituto Formação de Líderes (IFL), com viés liberal, num Fórum Liberdade e Democracia, e com a participação da rádio Jovem Pan, que tem dado voz aos liberais e conservadores? Isso já é uma surpresa, uma desagradável surpresa. Mas Amoedo disse que foi “desconvidado” do debate por pressão dos demais candidatos, e até onde consegui checar, parece que a decisão foi da Jovem Pan, não do IFL.

Os admiradores do Novo reagiram e iniciaram um movimento pressionando pela participação do seu candidato no debate da Band, sem sucesso. O jovem Kim Kataguiri chegou a gravar um vídeo cobrando pela participação de Amoedo em nome do livre debate de ideias, mesmo reconhecendo que o MBL não irá apoiar candidato algum no primeiro turno:

Conhecendo bem a turma do IFL, sei que a ausência de Amoedo no debate jamais seria decisão da turma. Ou seja, só resta a alternativa da Jovem Pan decidindo pela exclusão, o que é uma pena. A rádio tem se destacado pela pluralidade e o espaço oferecido aos ícones da direita. Se foi por pressão dos outros candidatos, ao menos Álvaro Dias se manifestou a favor da presença de Amoedo, que cobrou a mesma postura de Marina Silva:

Nunca escondi minha afinidade ideológica com o Partido Novo. Ao contrário: ajudei a divulgar seu trabalho desde cedo, por enxergar no projeto seriedade e viés liberal, tão em falta em nosso país. Todos são livres para discordar das propostas apresentadas pelo Novo, ou para achar que elas são utópicas, ingênuas do ponto de vista político. É do jogo. Mas é lamentável que, num evento com viés liberal e que preza efetivamente a pluralidade, justamente o candidato que mais se encaixa no perfil ficar de fora do debate.

Espero que a Jovem Pan possa rever sua decisão e incluir Amoedo entre os debatedores. Todos os telespectadores e ouvintes teriam muito a ganhar com isso, e o nível do debate certamente seria elevado. Amoedo, afinal, não propõe “tirar dos ricos e dar aos pobres”, como outros demagogos. Ele apresenta um coerente programa que reduziria o escopo do estado e os privilégios do setor público para ceder mais espaço ao indivíduo, especialmente ao que produz riquezas e empregos. E o tema do fórum em questão será justamente empreendedorismo…

Rodrigo Constantino

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