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Em artigo publicado na Fox News, Elizabeth Ames comenta sobre a crescente quantidade de liberais que estão cansando da narrativa esquerdista e despertando, tomando a “pílula vermelha” da realidade, como no filme “Matrix”.

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A mídia mainstream falhou ao ver o avanço de Donald Trump, que culminou com sua vitória nas eleições de 2016. E agora está ignorando também esse novo fenômeno, as raízes de um movimento que pode ser de igual significado: esses liberais acordando do sonambulismo “progressista”.

Pessoas de todas as idades e etnias, diz Ames, estão postando no YouTube vídeos descrevendo esses momentos de “pílula vermelha”, experiências pessoais que as levaram a rejeitar a narrativa esquerdista imbuída desde sua infância por amigos, professores e a mídia de entretenimento e notícias.

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Podem dizer que aqueles que tomaram a “pílula vermelha” foram influenciados. Mas em vez de buscar “espaços seguros”, eles estão fazendo o contrário, publicando monólogos arrancando os grilhões do politicamente correto.

Esses vídeos apresentam o tipo de postura subversiva que foi no passado a marca da esquerda, antes de o movimento esquerdista perder seu senso de humor. O conservadorismo é hoje a nova contracultura, como já foi dito.

Candace Owens é um exemplo citado pela autora. Uma negra carismática que posta comentários no YouTube que deixam a patrulha do politicamente correto de cabelo em pé. Num dos vídeos, Owens já provoca no título: “Eu não ligo para Charlottesville, KKK ou Supremacia Branca”.

Ela narra um dia comum de sua vida, em que cruza com gente de várias etnias, e ninguém parece se importar com esses rótulos raciais. O vídeo teve quase meio milhão de visualizações, com uma ampla maioria de comentários favoráveis.

Em outro vídeo, com mais de 700 mil visualizações, Candace ataca o Black Lives Matter, assim como o Facebook e o próprio YouTube, mostrando o que eles realmente pensam sobre pessoas negras: só cabe o estereótipo de vítima com raiva. Ao se dizer cansada disso, ela oferece aos seguidores a prescrição de “pílulas vermelhas” para cair na real.

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A campanha intensa da esquerda contra a liberdade de expressão tem desencadeado essa reação em muitos, que partem em busca da “pílula vermelha”. Um dos canais mencionados foi criado por um ex-seguidor do socialista Bernie Sanders, que cansou dessa postura esquerdista e deu uma guinada radical à direita.

Segundo o criador, ele tomou a “pílula vermelha” quando percebeu que seus companheiros caminhavam em direção a um autoritarismo “progressista”, um nicho político que divide as pessoas e não tolera qualquer tipo de dissidência.

Para não variar, a grande imprensa tem ignorado o fenômeno. O feminismo pode ser o próximo alvo da “pílula vermelha”, projeta a autora. O grau de intolerância do movimento feminista chegou a um patamar tão absurdo que esse tipo de reação é apenas natural.

No fundo, o fenômeno “pílula vermelha” é uma resposta aos excessos do politicamente correto, a essa cultura asfixiante, engessada, sem senso de humor e que age como uma polícia do pensamento o tempo todo, como uma inquisição. Eis o caminho escorregadio até a “pílula vermelha”, quando as pessoas começam a lutar por ares mais livres e respiráveis.

Dave Rubin é um exemplo bom. Ele era de esquerda, é um gay casado, e seu programa “The Rubin Report” tem feito enorme sucesso, justamente batendo na esquerda politicamente correta. O financiamento de seu programa é totalmente independente, por meio de “patronos” do Patreon, que colaboram com quase $30 mil mensais. Quem precisa da mídia mainstream?

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Para Rubin, a esquerda não é mais liberal, e sim autoritária. Ele não esconde sua decepção com a esquerda “regressista”, em vez de “progressista”, que adota uma ideologia ultrapassada e coletivista, ignorando a menor minoria de todas: o indivíduo. Ela ama que todos os grupos de “minorias” se comportem como monólitos.

Quem é um indivíduo de verdade, avesso ao “pensamento de grupo”, independente, precisa pular fora dessa mentalidade coletivista da esquerda, diz Rubin. Para ele, essa mentalidade é a maior ameaça que a civilização ocidental enfrenta hoje.

Elizabeth Ames fornece outros exemplos, mas o fenômeno já fica claro: cada vez mais gente tem feito enorme sucesso nas redes sociais ao desafiar o establishment, a cultura predominante, que hoje é certamente de esquerda e politicamente correta. Ninguém aguenta mais tanta chatice, patrulhamento, afetação e ausência de senso de humor.

A esquerda antiliberal, que se diz “liberal”, conseguiu criar um ambiente cultural tão opressor e intolerante, em nome da diversidade e tolerância, que mais e mais gente tem tomado a “pílula vermelha” para sair dessa prisão intelectual, para poder gritar, rebelar-se, protestar e se identificar como indivíduo único, não como apenas membro de alguma “minoria” vítima qualquer.

PS: No Brasil o vermelho é a cor da esquerda, então a expressão “pílula vermelha” como despertar perde parte do sentido. Mas é bom lembrar que, nos Estados Unidos, o vermelho é a cor do Partido Republicano, mais conservador e liberal.

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Rodrigo Constantino