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Livro de Piketty estaria repleto de erros estatísticos, diz Financial Times
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Nassim Nicholas Taleb, autor de The Black Swan, já havia apontado erros um tanto grosseiros nas análises estatísticas de Thomas Piketty, o economista francês que virou a sensação do momento e caiu nas graças das esquerdas, ávidas por atacar o capitalismo e pregar mais e mais impostos sobre os “ricos”. Agora foi a vez de o Financial Times dissecar os números e encontrar vários problemas no tijolo que virou “best seller” internacional (pergunto-me quantos ardorosos fãs realmente leram o calhamaço de 600 páginas).

O FT encontrou erros e até mesmo dados inexplicáveis que entraram nas estatísticas do economista francês. A investigação do jornal britânico derruba a tese central do livro, de que a desigualdade material tem aumentado a níveis não vistos desde a Segunda Guerra. O FT conclui que há pouca evidência estatística de que isso seja verdade.

Há até mesmo erros de transcrição em suas planilhas das fontes originais, ou então fórmulas incorretas. O jornal britânico vai além e levanta a suspeita de que alguns dados teriam sido “marretados”, “torturados” até que confessassem aquilo que o autor desejava. Como exemplo, o FT cita o caso europeu, que não apresenta tendência alguma de crescimento da desigualdade desde 1970.

Procurado pelo FT, Thomas Piketty alegou que utilizou inúmeros dados diversos e heterogêneos, que precisam de ajustes em relação às fontes originais. O economista reconheceu que os dados podem ser melhorados no futuro, mas se mostrou seguro de que as conclusões não serão alteradas. Em meu dicionário, isso se chama ideologia ou ato de fé.

Vários esquerdistas se apressaram ao encher de elogios o jovem “gênio” francês, entre eles dois com Prêmio Nobel de Economia: Paul Krugman e Joseph Stiglitz. Mesmo alguns colunistas que nada entendem de economia, como é o caso de Luiz Fernando Verissimo, passaram a usar seu espaço em jornais para tecer loas ao popstar que resgatou o sonho marxista e deu um pretexto teórico para novos avanços do estado sobre o bolso dos indivíduos.

Uma vez mais, veremos se tratar apenas do desejo de crer em algo, não de uma conclusão efetivamente calcada em sólidos dados e análises isentas. Como disse o austríaco Böhm-Bawerk, que refutou as teses marxistas, “as massas não buscam a reflexão crítica: simplesmente, seguem suas próprias emoções”. Acreditam na teoria marxista porque lhes agrada. O economista conclui: “Acreditariam nela mesmo que sua fundamentação fosse ainda pior do que é”.

Isso vale para as massas enganadas e para os “formadores de opinião” também, que usam as massas de forma oportunista. Mas o rei está nu. Thomas Piketty poderá ser chamado um dia, quem sabe, de Thomas Pikaretty…

Rodrigo Constantino

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