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Lula pediu ajuda ao Foro de São Paulo para preservar a “democracia” contra o “golpe das elites”
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O vídeo não é de hoje. Foi publicado no dia 4 de julho, meu aniversário, mas confesso que deixei passar esse presente. Nele, Lula manda uma mensagem para seus companheiros do Foro de São Paulo, o mesmo que muitos acham irrelevante para o avanço do socialismo no continente. O que impressiona é a capacidade de inverter tudo, cada palavra, cada conceito.

Eles lutaram pela “democracia”, só que era pela ditadura socialista. Eles melhoraram a vida dos “pobres”, só que era dos corruptos da cúpula do poder esquerdista. Eles falam em nome das “minorias”, mas só pensam em usá-las como mascotes. Eles foram derrubados pela “elite”, mas eram apenas procuradores, juízes, gente do Ministério Público, policiais. Eles são alvos de um “golpe”, mas os verdadeiros golpistas são eles mesmos. Vejam, não antes de tomar um Engov:

Os golpistas do PT sabem que não vão reverter o quadro do impeachment. O que eles querem é investir numa narrativa de vítima, como sempre fizeram, de olho no futuro. O PT pode ter sofrido um duro baque, mas o petismo sobrevive, inclusive com suas linhas auxiliares como PSOL, REDE e PCdoB.

Na década de 1960 isso deu certo: muitos hoje acham que os militares deram um golpe do nada, escancarado, para tomar o poder de um democrata eleito. Nada mais falso! Jango flertava com o socialismo, destruíra o país, e os comunistas revolucionários agiam nos bastidores para um golpe vermelho. A história foi reescrita e o vitimismo serviu de combustível da esquerda por muitos anos, ajudando a colocar o PT no poder.

Reparem que até o senador Bernie Sanders entrou nessa onda, contribuindo para a narrativa de golpe e de vitimismo da esquerda radical latino-americana. Sim, a esquerda americana não é mais a mesma, é bem mais radical hoje. Sanders dá apoio a Hillary Clinton, que agradece pelo apoio. Gente que defende a “tese” de golpe das elites contra o governo popular do PT!

Não se enganem: o objetivo, repito, não é reverter o impeachment, mas sim criar a narrativa que vai servir para a esquerda por muitos anos ainda. Ela precisa bancar a vítima. Ela precisa falar em nome das “minorias”. Ela precisa fingir que defende a democracia, que é “progressista”. No fundo, são os velhos comunistas de sempre. E ainda tem gente que acha que é paranoia falar em comunismo e Foro de São Paulo…

Rodrigo Constantino

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