• Carregando...
Matt Damon, que faz novo Jason Bourne no cinema, quer desarmar americanos
| Foto:

O ator Matt Damon é a estrela da trilogia Jason Bourne, o agente criado para matar. Mas na vida real, depois de embolsar os milhões todos com o filme de ação bastante violento e repleto de armas, tiros e explosões, Damon prefere pregar o desarmamento civil, bandeira “progressista” adorada pelo presidente Obama e a candidata Hillary Clinton.

Ele esteve na Austrália para promover o novo filme da série, e aproveitou para defender a ideia de que seu país deveria seguir os passos australianos. O governo da Austrália promoveu uma grande política de desarmamento na década de 1990. Damon lamenta que os americanos não tenham a mesma sensibilidade, e nem mesmo com tiroteios frequentes acordem para o problema. Que, segundo ele, é da venda de armas.

Mas será que o desarmamento na Austrália foi mesmo um sucesso? Depois de mais de meio bilhão de dólares gastos e mais de meio milhão de armas destruídas, há muitas controvérsias, e indícios de que a coisa não funcionou a contento. Aqui podemos ver vários argumentos e dados, e aqui também. Mas meu foco nem será a farsa do sucesso australiano em desarmar civis inocentes, e sim na postura um tanto hipócrita do ator de Hollywood.

Ver aquele que faz um filme violento atrás do outro em busca de seus milhões de dólares bancar o pacifista depois é demais da conta! Tanto que, claro, incluí Matt Damon no meu hall da fama em Esquerda Caviar:

Matt Damon abraça causas politicamente corretas como poucos, inclusive o pacifismo. Criado por uma mãe hippie, Damon foi incentivado a adotar a máxima de “paz e amor” em sua vida.

É por isso que Damon afirmou que costuma sempre olhar o script antes de aceitar o papel, buscando papéis e filmes sem violência “gratuita”. Afinal, ele diz que realmente acredita na influência que os filmes exercem sobre o comportamento das pessoas. O orgulhoso ator alega que recusou filmes com base nesse critério.

Nem desejamos saber quais filmes são esses, quando observados aqueles que ele aceitou fazer! A trilogia Bourne, por exemplo. Excelentes filmes de ação, com muita perseguição e adrenalina. Mas sem violência? Só para os critérios dos povos do Oriente Médio em guerra civil, ou do pacifista Damon.

Em apenas um deles o ator recebe quase US$ 30 milhões. Ao que parece, todo o paficismo herdado da mãe hippie foi deixado de lado na hora de assinar o contrato e colocar mais alguns milhões na conta bancária. Até os pacifistas precisam viver, não é mesmo?

Com a mãe professora, Damon é fervoroso defensor do ensino público. Para os outros. Na hora de escolher a escola de suas filhas, não teve jeito: o amor falou mais alto, e foram para uma escola particular.

O astro tentou se defender, alegou que não tivera opção, uma vez que a qualidade do ensino público não é mais a mesma. Falso. Ele teve escolha. Quem não tem escolha são os pobres, que precisam engolir o ensino que o governo oferece.

Se Damon quisesse estender sua capacidade de escolha aos mais pobres, seria defensor dos vouchers, mecanismo que permite o financiamento estatal para que os carentes possam pagar pelo ensino privado, de melhor nível. Mas aí teria de abandonar a retórica sensacionalista e focar nos resultados. Deixaria de ser da esquerda caviar…

Pois é. O que seria da esquerda caviar sem sua infindável hipocrisia?

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]