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Memorial Day: a justa homenagem aos militares americanos
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Bem, a razão pela qual nós temos a capacidade de ler os jornais e assistir toda a televisão que quisermos e ir para a igreja de nossa escolha é que esses direitos foram conquistados para nós por pessoas que carregavam armas e vestiam uniformes. É realmente simples assim. – Tom Clancy

Hoje é feriado aqui nos Estados Unidos. Comemora-se o Memorial Day, dia em que os militares são lembrados e homenageados. É bonito de ver a quantidade de casas e até mesmo carros que ostentam sua bandeira americana. Trata-se, em minha opinião, de um patriotismo bem calibrado, não um nacionalismo tacanho e ufanista. Os americanos têm motivos de sobra para se orgulhar da trajetória de sua nação na luta pela liberdade, e isso inclui necessariamente o papel das Forças Armadas.

Houve abusos, sem dúvida. Mas focar nisso e ignorar o resto é perder de vista o essencial: a América esteve sempre do lado da liberdade contra tiranias de todos os tipos. Lutou contra os nazistas na Segunda Guerra, depois contra os comunistas na Guerra Fria, e agora luta contra o terrorismo islâmico. Com seus erros e acertos – mais acertos do que erros – foi um farol da liberdade no mundo civilizado, com sua democracia constitucional que já dura séculos, com poucas emendas.

Hollywood já teve sua fase de valorização desse caráter excepcional dos Estados Unidos. Não mais. Hoje a moda é bater nos Estados Unidos, principalmente em suas Forças Armadas. É a agenda da esquerda, que domina áreas da mídia, mas não fala em nome da população em geral. Os filmes que cospem no legado americano não condizem com a realidade, tampouco com o sentimento espalhado pelo povo. Esse tem orgulho de sua história, e assim deve ser.

Em Esquerda Caviar, falei do ódio antiamericano e desse ataque virulento ao “imperialismo ianque”, que nunca alimentou um imperialismo verdadeiro, ao contrário de tantos países europeus. Quando os Estados Unidos venceram a Alemanha e o Japão, o que fizeram? Ajudaram a reconstruir os países, inclusive colocando no lugar regimes democráticos melhores do que os anteriores. Hoje, Japão e Alemanha estão entre as maiores potências mundiais. Escrevi no livro:

Àqueles que consideram o poderio militar americano a maior ameaça à paz mundial, pergunto: alguém realmente pensa que o mundo seria mais seguro se o Irã, a Rússia ou a China detivessem armamento equivalente? Alguém dormiria mais tranquilo se, em vez dos Estados Unidos, esse poder bélico todo estivesse nas mãos da Venezuela ou de Cuba? Como resume David Horowitz:

“[…] se os Estados Unidos não existissem, o império comunista ainda estaria de pé, o Talibã governaria o Afeganistão, Saddam Hussein estaria no poder, e o mundo seria um lugar com infinitamente mais crueldade, injustiça e tragédia do que o mundo que nos confronta hoje.”

Mas a esquerda conseguiu inverter a situação e adotar uma mensagem de que os americanos são os grandes vilões, de que nada de excepcional há na América. O próprio Obama disse que acredita no excepcionalismo americano tanto quanto o grego acredita no seu, ou seja, todos são especiais à sua maneira (o mesmo que dizer que ninguém o é). Na prática, rodou o mundo pedindo desculpas pelo passado americano.

O patriotismo passou a ser visto como algo tacanho, ultrapassado, confundido com o nacionalismo boboca. O verdadeiro patriota, segundo a esquerda, é o dissidente, o traidor de guerra, não o soldado que luta pela pátria. Obama e seus camaradas da esquerda são “cidadãos do mundo”, como se não fosse possível se considerar um cidadão globalizado e, ao mesmo tempo, reconhecer a posição de destaque dos Estados Unidos nesse mundo, como locomotiva da liberdade. Ben Shapiro, em Bullies, resume a questão do ponto de vista dos americanos:

Se você acha que os Estados Unidos não devem desempenhar um papel de liderança no mundo, você não é um patriota. É simples assim. Patriotismo não exige que você acredite que a história americana está livre de erros. Isso seria leviano e sem sentido. Ele exige, no entanto, que você reconheça que a ideologia fundadora dos Estados Unidos é a melhor ideologia de governo na história da humanidade, que os militares dos Estados Unidos têm sido a grande força de luta pela liberdade na história do mundo, que não é preciso pedir desculpas pela América, mas lutar por ela.

A esquerda caviar pode não gostar, mas nem por isso deixa de ser verdade: os militares americanos têm atuado como a grande polícia do mundo, e esse papel tem um saldo bastante positivo para todos nós – ainda que tenha custado muito caro aos pagadores de impostos americanos. Querendo ou não, vivemos sob a Pax Americana, e o sucesso traz consigo um fardo. Os americanos souberam respeitar essa responsabilidade até agora. Se a paz dependesse dos discursos bonitos da esquerda ou da coragem e da determinação da ONU…

Pois é: estaríamos perdidos! Muita retórica, e pouca ação efetiva. Muito sensacionalismo, e pouca clareza moral. Muito relativismo, e pouca firmeza contra quem realmente ameaça a paz mundial. Assim tem sido a postura da ONU, infelizmente. E felizmente, para todos aqueles que prezam a liberdade, os militares americanos são diferentes. Os excessos e abusos, os crimes de guerra, devem ser sempre condenados, e normalmente são, por uma população que valoriza o império das leis. Mas não podemos jogar o bebê fora junto com a água suja do banho.

Se não valorizarmos aqueles que colocam suas próprias vidas em risco para combater os inimigos da liberdade, então não estaremos valorizando a própria liberdade, e cedo ou tarde seremos derrotados por alguma tirania qualquer. Não sou americano, apesar de sempre ter sido um tanto americanófilo, talvez por obra do destino (nasci em 4 de julho de 1976). Mas isso não me impede de admirar o que essa nação tem de melhor. E seu patriotismo, tão presente na história das Forças Armadas, é sem dúvida parte disso. Parabéns a todos que vestem seus uniformes e arriscam suas vidas em prol da liberdade!

PS: Fica como homenagem aos militares mortos em combate o vídeo dessa versão em rock do hino nacional The Star-Spangled Banner:

httpv://youtu.be/c8C7i9kdEf8

Rodrigo Constantino

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