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Nem velha nem nova: agora é preciso fazer a boa política
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O comentário de Marco Antonio Villa hoje na Jovem Pan merece atenção, especialmente de parte da base que apoia o governo Bolsonaro e passou a militar contra qualquer articulação política, confundindo isso com corrupção ou esquemas espúrios:

O deputado Paulo Eduardo Martins, um dos que tem lutado mais pela aprovação da reforma previdenciária, foi na mesma linha no Twitter hoje:

Bolsonaro faz muito bem em conversar com os presidentes de partidos e líderes de bancada. Isso não é velha política ou nova política, é apenas política. O que o presidente não pode é ceder à negociatas, que não é política, é picaretagem, crime. É possível não misturar as coisas.

Espera-se que o presidente faça mais política agora. Sem ceder à picaretagem, claro. E que conte com uma base governista pronta para agir em defesa do seu governo e dos principais projetos. Essa falta de apoio ficou visível na ida do ministro Paulo Guedes à CCJ. Em seu editorial de hoje, a Gazeta do Povo comentou sobre os riscos da falta de melhor articulação, que pode gerar ruído desnecessário que prejudique a reforma:

É compreensível que Paulo Guedes, depois de tantas horas de debates e de provocações, tenha perdido a paciência – mas fato é que ele a perdeu diante do que não é mais que mero aborrecimento, se tanto, o que é natural na vida pública. O que, na verdade, poderia ter evitado esse constrangimento desnecessário ao ministro (e pode evitar, inclusive, que isso se repita) é uma articulação melhor da base aliada do governo, para que Guedes não tivesse sido deixado à mercê, por horas a fio, do rosário de provocações que a oposição, muito mais articulada, pôde desfiar diante do ministro da Economia, sem que deputados da base aliada pudessem aliviar a tensão, revezando-se com a oposição nas falas, como é praxe nesse tipo de sessão. 

Pior ainda, o líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), chegou a acusar o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de ter colocado Guedes na “cova dos leões”, criando outro ruído desnecessário na já conturbada relação entre o governo, o partido do presidente e a Câmara dos Deputados na tentativa de encontrar um culpado para o que ocorreu. Que o episódio sirva de lição: a falta de articulação pode transformar aborrecimentos naturais da vida política em confusões e derrotas desnecessárias – e, assim, quem perde é todo o Brasil, que não pode mais esperar pela reforma da Previdência.

Rodrigo Constantino

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