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O Baixo Crescimento Econômico, a greve dos caminhoneiros e uma triste lembrança de 1989…
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Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

O IBGE anunciou o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2018: 0,4% (e 1,2% no acumulado de 12 meses). Esse baixo crescimento reforça as suspeitas levantadas aqui de que a recuperação da economia brasileira está muito mais lenta do que seria de se esperar.

A recente greve dos caminhoneiros deve ter gerado prejuízos na casa dos R$ 15 bilhões, valor expressivo mas longe de ser o responsável por nossa lenta recuperação. Contudo, se tal valor estiver correto isso implica numa queda de arrecadação ao redor de R$ 5 bilhões (o que piora ainda mais nossa situação fiscal). Do lado econômico, o que mais me preocupa na greve foi a solução do governo: um rombo de R$ 13,5 bilhões nas contas públicas e uma absurda decisão de controlar preços do diesel e tabelar o frete. Do lado político, a greve mostrou que o governo não tem mais controle algum sobre amplos setores de sua base política.

Economia fraca, governo fraco, insatisfação popular generalizada, eleições em outubro, esse quadro é quase que uma réplica do ano de 1989. A única coisa que nos separa daquele fatídico ano é nossa atualmente controlada taxa de inflação. Esse é o objetivo desse artigo: enfatizar que nossa última salvaguarda contra o caos é manter a inflação sob controle, e o Banco Central tem feito um excelente trabalho.

Manter a inflação sob controle deve ser a prioridade número um, pois infelizmente não há nada mais que possa ser feito pelo governo atual. As reformas (previdência, tributária, administrativa, abertura econômica, privatizações, desburocratização, ajuste fiscal, etc.) são urgentes e sem elas não haverá crescimento econômico sustentável. Mas atualmente tais reformas me parecem politicamente impossíveis.

Para o governo atual deixo uma sugestão: se conseguir entregar a presidência da república, em janeiro de 2019, com uma inflação baixa e controlada terá sido uma vitória e tanto. Sim, eu sei que existe uma ampla agenda microeconômica que a equipe atual tenta emplacar. Eu apoio essa agenda, mas apoio também as reformas econômicas. Entenderam meu ponto? Pouco importa aqui meu apoio, o fato é que o ambiente político já pensa em eleições (e não em reformas).

Prudência, prudência e mais prudência. Essa é a sugestão ao governo atual. Estamos a um passo de um desastre fiscal, estamos perigosamente próximos de uma ruptura política mais séria. Estamos atolados numa crise econômica que mantém 13 milhões de brasileiros desempregados, sem meios para sustentar suas famílias. No lado internacional as taxas de juros americanas começaram a subir, o que torna nossa situação ainda mais complicada.

Dizem que 1968 foi o ano que não acabou… no Brasil parece que 1989 insiste em tentar retornar.

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