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O DNA judaico na gestão do Albert Einstein
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A entrevista nas páginas amarelas da VEJA desta semana foi com Claudio Lottemberg, o presidente do Hospital Albert Einstein de São Paulo, referência mundial na área médica. A entrevista foi interessante por vários aspectos, entre eles a importância da humildade dos médicos, que precisam deixar o excesso de individualismo de lado e se comunicar mais com seus pares, e saber se colocar mais no lugar do paciente também. Mas o que gostaria de destacar aqui é sua resposta sobre o DNA judaico na gestão do hospital, assim como sua visão sobre a paz no Oriente Médio:

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Julgo interessante a corajosa declaração do entrevistado, pois vivemos numa época de crescente judeofobia, em que se ignora todo o legado positivo da cultura judaica para se atacar incondicionalmente Israel, visto como o grande mal do Oriente Médio. O papel questionador dos judeus, mencionado pelo presidente do Albert Einstein, está no centro do sucesso relativo de sua pequena nação, a despeito da falta de recursos naturais.

Já comentei aqui sobre o que Luciano Coutinho, presidente do BNDES, poderia aprender com os israelenses sobre fomentar tecnologia, uma vez que Israel se transformou em uma Start-Up Nation, tendo mais empresas listadas no Nasdaq do que toda a Comunidade Europeia junta. Já comentei aqui sobre as soluções inovadoras mesmo quando falta o básico, como no caso da água em Israel. Já comentei aqui sobre os avanços medicinais de Israel na luta contra o câncer.

Tudo isso não ocorre ao acaso, mas sim como resultado de uma cultura que fomenta desde cedo o judeu a se questionar, a questionar os outros, as autoridades estabelecidas. Esse evidente sucesso relativo – basta olhar, além da prosperidade de Israel em solo hostil, a quantidade de judeus entre os Prêmios Nobel e outras premiações de destaque – tem suas raízes na tradição judaica que valoriza a palavra, a leitura, conforme já comentei aqui resenhando o novo livro de Amós Oz e sua filha. Tudo isso acaba sendo ignorado por conta da inveja ou de um preconceito ideológico infantil.

Por fim, além de termos muito a aprender com o povo judeu, o presidente do Albert Einstein toca no ponto-chave em relação ao problema do Oriente Médio em sua última resposta. Se os palestinos (e os muçulmanos em geral) não aceitarem o Estado de Israel ali, nunca haverá paz. A violência não costuma partir de Israel, que tenta se defender, mas sim de quem, apesar de tanto território, simplesmente não aceita a existência de judeus na região. Enquanto isso não mudar, não haverá paz. As acusações de “ocupação” tentam mascarar essa triste realidade: como os poucos judeus que ali vivem poderão se defender se o outro lado deseja nada menos do que sua destruição?

Rodrigo Constantino

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