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Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal

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Nos últimos trinta dias a taxa de câmbio saltou de R$ 3,41 (em 20/04/2018) para R$ 3,75 (em 18/05/2018), uma valorização de 9,1% em apenas um mês. Qual a origem dessa valorização?

Responder questões referentes a variações cambiais de curto prazo nunca é tarefa fácil. Li alguns colegas, muito bem qualificados, atribuindo a variação cambial a um erro de comunicação do Banco Central. Segundo eles, a última ata do COPOM não estava tão clara quanto outras, e atribuíam certa dose de culpa a uma entrevista recente do presidente do BACEN (onde ele teria sido infeliz em alguns comentários).

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Com o devido respeito discordo de meus colegas, acho que a recente valorização do dólar tem pouco a ver com erros de comunicação, e mais a ver com um pequeno deslize no gerenciamento da política monetária. Tal como afirmei em 09 de fevereiro em minha página do facebook:

Apenas para registro: a equipe do Banco Central está fazendo um trabalho excelente. Dito isso, confesso que achei equivocada a decisão de reduzir a taxa de juros para 6,75%. O ambiente fiscal interno está péssimo, os riscos eleitorais são altos com candidatos à presidência e a governador prometendo aumentar os gastos públicos. Por fim, o risco externo de aumento da taxa de juros internacional é bem real“.

Em outras palavras, me manifestava favorável a manutenção da taxa de juros em 7%. Diga-se de passagem, meu querido amigo Roberto Ellery fez alertas similares. Após esse episódio, em 21 de março, o BACEN reduziria novamente a taxa de juros para 6,5% ao ano. Novamente, em minha opinião, uma decisão equivocada.

Creio que foi essa redução equivocada nos juros a razão principal por trás da valorização cambial recente. Nossa economia está numa situação delicada, prudência é fundamental. Mas, ressalto uma vez mais, a equipe atual do Banco Central faz um belo trabalho e tem meu apoio. Além disso, lembro a todos que quem pode estar errado sou eu, prudência na análise aqui é fundamental.

Para finalizar, lembro uma vez mais que a taxa de câmbio é um preço. Logo, me parece equivocado tentar intervir em sua variação, creio que o mais acertado aqui é deixar o câmbio flutuar.