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O que ainda não te disseram sobre a dívida pública brasileira
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Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal

Com a votação da reforma da previdência ficando mais próxima começam a aparecer aqui e ali sugestões que não temos um problema com a dívida pública, via de regra a conclusão segue de uma comparação da dívida pública do Brasil com a de países ricos. Ocorre que o Brasil não é uma país rico, somos um país emergente com vários dos problemas típicos desses países. Já mostrei em outros artigos que comparada com a dívida de países emergentes nossa dívida é alta, na verdade esse é um tema recorrente aqui no site.

Como muita gente boa parece não ficar convencida resolvi mostrar o problema da dívida no Brasil de outra forma. No lugar de comparar pontos no tempo vou mostrar a dinâmica da dívida bruta como proporção do PIB nos últimos anos e as previsões feita pelo FMI para o Brasil e outros países.

Para fins de comparação peguei os países classificados como Emergentes da Ásia, Emergentes da Europa, Comunidade de Países Independentes e da América Latina e Caribe, ou seja, praticamente toda a turma dos emergentes. Retirei da amostra países com menos de cinco milhões de habitantes, também retirei a Costa Rica, por falta de dados, e a Venezuela por motivos obvios. Naturalmente não foi possível marcar todos os países no gráfico, mas fica fácil ver como o Brasil se destaca dos outros países.

A figura deixa claro que a dívida bruta como proporção do PIB no Brasil destoa da dos outros países. O Brasil é o único país da amostra a ter uma dívida superior a 90% do PIB, fica pior, de acordo com as previsões do FMI estamos nos distanciando dos outros.

Não entendo como olhar para esses dados e não concluir que temos um problema sério de dívida pública que está ficando mais grave. Não entendo como olhar para esses dados e não concluir que precisamos desesperadamente de um conjunto de reformas que consiga pelo menos estabilizar o gasto do governo como proporção do PIB.

O conjunto de reformas inevitavelmente deverá passar pelo ajuste do componente do gasto que não apenas é o maior como é o mais difícil de controlar, qual seja, o gasto com previdência.

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