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O problema do Rio é que ele tem malandro demais para otário de menos. Todo muito na “cidade maravilhosa” é “ixperto”, tem ginga, jogo de cintura, se vira nos trinta. Os cariocas foram se adaptando ao esquema do jeitinho como ninguém, e poucos estados votam tão mal como o Rio, desconfiam tanto do mercado como o Rio, enaltecem tanto o estado como o Rio. Estamos falando da capital nacional da esquerda caviar, droga!

Mas tanta “malandragem” tem um alto custo, naturalmente. Fica cada vez mais difícil seguir o império das leis, respeitar as regras, ser um cidadão civilizado em meio ao caos. Vejamos o caso do Uber: foi vetado no Rio. É “competição desleal”, não vale. A população ou concorda ou discorda em silêncio, pois o samba, o futebol e a praia são mais importantes. Fiquemos reféns dos táxis mesmo. O resultado? Vejam essa notícia:

A alma do passageiro pode até cantar ao avistar, pela janela do avião, as praias sem fim e o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara. Mas, ao botar os pés no chão, toda essa alegria pode se transformar em dor de cabeça: é hora de outra viagem, cheia de turbulências, pelas irregularidades que marcam o serviço de táxis no Aeroporto Santos Dumont. Os problemas incluem motoristas que cobram pela corrida muito acima do valor oficial, às vezes até o dobro, e que recusam passageiros se a viagem for curta. Também há taxistas que assediam possíveis clientes no saguão de desembarque, o que é proibido, e que dão propina para furar a fila no ponto do aeroporto.

A desordem revoltou o analista de sistemas Fredson Araújo de Melo, de 25 anos, que chegou nesta sexta-feira de manhã de São Paulo com a mulher. Ele queria ir para Botafogo, que fica a cerca de sete quilômetros do aeroporto. Apesar da pequena distância, dois motoristas cobraram R$ 50. Na tabela de preços fixos de corridas, no entanto, exibida no setor oficial de embarque nos táxis convencionais (os amarelinhos), a viagem até o bairro custa apenas R$ 23 – ou R$ 27, na bandeira 2.

– Motoristas de táxi aqui não cobram de acordo com a bandeira tarifária, cobram o que querem – desabafou Fredson. – Tentei embarcar duas vezes, mas eles pediram logo de cara R$ 50. Isso para um percurso de poucos quilômetros. É um descaso. É algo que não pode acontecer, eles estão praticamente achacando a população. Em São Paulo e Campinas, esse tipo de irregularidade não ocorre. Agora, vou esperar um familiar vir nos buscar.

Poderia ser o Uber, não é mesmo? Mas o Uber é coisa de capitalista. O carioca é mais “humano”, e pretende preservar a reserva de mercado dos taxistas. Dizem que um ex-prefeito é dono de várias licenças de táxi na região. Quem liga? O lucro é um pecado, e esses malditos capitalistas querem apenas explorar os pobres. Para não serem “explorados”, os cariocas defendem mais e mais intervenção estatal. Vai ser esperto assim lá em Cuba!

Rodrigo Constantino

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