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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

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Independentemente da pancadaria entre Congresso e Presidência da República, vejo em toda essa confusão também um reflexo da falta de renovação do centrão, que não entendeu o processo político pelo qual o país estava e continua passando.

A punição nas urnas e o fortalecimento de siglas ideologicamente bem definidas (PSL, NOVO, PT, PSOL e PDT) precisam ser um sinal de renovação do centro, da centro-esquerda e da centro-direita rumo a uma democracia melhor e com mais opções de qualidade para escolha do eleitor, mesmo que esse centrão vença esse conflito pontual atual com o Presidente, pois a tendência hoje é de derrota política no médio prazo para forças ideológicas mais puristas conservadoras, liberais ou socialistas.

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O pragmatismo político também é uma postura política legítima e precisa ser oxigenado com novas lideranças, tal como aconteceu com os partidos dogmáticos. É possível ser pragmático sem ser fisiológico, mas é objetivo difícil no viciado cenário atual do centrão.

O PSDB já entendeu essa necessidade e está agindo, ainda que batendo cabeça. O PRB vai mudar de nome para Republicanos e tentar fazer uma renovação interna, mas a máquina da universal é muito pesada. O PR mudou o nome de volta para Partido Liberal mas não parece ter feito nenhuma mudança séria de renovação. MDB, PP e DEM, entre outros, parecem ainda paralisados, buscando praticar ou chancelar expedientes fisiológicos que a população não aceita mais.

A narrativa dogmática anti-fisiológica é hoje tão poderosa que o discurso extremo de quebra institucional não mais causa ojeriza a significativa parcela da população, o que é algo amedrontador e que explica os atuais tempos cheios de legítimos e até razoáveis maus agouros.

Ou o pragmatismo abandona o fisiologismo, ou poderá ser engolido pela história, talvez levando a Nova República junto. Quando as instituições caem, nunca se sabe o que se ergue dos seus escombros. Normalmente não é boa coisa nos seus fins e é uma tragédia nos seus meios.