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Pedro Cardozo, milionários ladrões e o ressentimento contra a riqueza (alheia)
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Tinha deixado passar a declaração do ator Pedro Cardozo sobre milionários ladrões, pois se for rebater todas as baboseiras ditas por artistas no Brasil e no mundo não farei outra coisa da vida. Mas como Guilherme Macalossi escreveu um breve texto sobre o caso, indo no cerne da questão, reproduzo o conteúdo aqui para a reflexão dos leitores:

Nada mais aborrecido que comentar crítica social ou análise política de celebridade. Quase todas elas são ignorantes nesses assuntos. Possuem formação e leituras escassas, quando não de orelhada. Qualquer cidadão médio com ensino fundamental incompleto é capaz de ter uma percepção melhor da realidade do que essa gente. Infelizmente, devido a fama que possuem, acabam exercendo alguma influência na opinião pública. Não é à toa, instrumentalizam a publicidade em nome de causas que julgam corretas. Já os vimos fazendo campanha em favor do aborto, tentando impedir a construção de usinas, defendendo criminosos condenados e elogiando governos incompetentes. São os militantes do holofote.

Toda essa introdução para chegar em Pedro Cardoso, que ficou nacionalmente famoso por seu papel no seriado “A Grande Família”, no qual interpretava o malandro Agostinho Carrara. Desde que saiu da Globo, o ator vem se especializando em dar declarações polêmicas em programas de entrevista. Em sua última aparição, no programa da jornalista Leda Nagle, afirmou:

“Não acredito num milionário. Se você botar um milionário na minha frente, eu não acredito. Não há nenhum modo de um homem ficar milionário que não seja roubando os outros, entende? Não há.”

A geração de riqueza não é um processo de apropriação indébita. Muito pelo contrário, na economia de mercado os agentes bem sucedidos geram prosperidade para outros em uma corrente virtuosa de ascensão social. Quando criou a Microsoft, Bill Gates possibilitou o surgimento de um número incalculável de bens e serviços acessórios. A era digital, que gerou tantos outros ricos e emprega tanta gente, jamais seria possível sem ele. Os milionários são atores fundamentais do progresso humano. Quem rouba para enriquecer é o Estado. Por meio da tributação, tira dinheiro de quem produz para engordar sua própria estrutura ineficiente. 

A opinião de Pedro Cardozo sobre a riqueza não difere da de inúmeros intelectuais e acadêmicos influentes no meio universitário. A demonização do lucro faz parte da cultura do ressentimento que foi difundida pela esquerda. Segundo essa lógica, o sucesso alheio é criminoso. Se o êxito é fruto do roubo, então só pode ter sido obtido tirando de terceiros. É a teoria da luta de classes adaptada para o Século XXI na voz de Agostinho Carrara, o Che Guevara de São Gonçalo.

Acrescento apenas que o próprio ator, pelo que consta, está entre os mais ricos do país, e com certeza deve ter vários colegas milionários. Conhecemos bem os salários na emissora e os contratos de publicidade. Seriam todos ladrões? Ou só empreendedor que cria empresas para atender melhor alguma demanda é que roubou seus milhões?

Fecho com um discurso sensacional sobre o dinheiro como origem do mal, parte de A revolta de Atlas, de Ayn Rand, que coloca em um dos seus heróis essas impactantes palavras:

Então o senhor acha que o dinheiro é a origem de todo o mal? O senhor já se perguntou qual é a origem do dinheiro? O dinheiro é um instrumento de troca, que só pode existir quando há bens produzidos e homens capazes de produzi-los. O dinheiro é a forma material do princípio de que os homens que querem negociar uns com os outros precisam trocar um valor por outro. O dinheiro não é o instrumento dos pidões, que pedem produtos por meio de lágrimas, nem dos saqueadores, que os levam à força. O dinheiro só se torna possível através dos homens que produzem. É isto que o senhor considera mau? Quem aceita dinheiro como pagamento por seu esforço só o faz por saber que ele será trocado pelo produto de esforço de outrem. Não são os pidões nem os saqueadores que dão ao dinheiro o seu valor. Nem um oceano de lágrimas nem todas as armas do mundo podem transformar aqueles pedaços de papel no seu bolso no pão de que você precisa para sobreviver. Aqueles pedaços de papel, que deveriam ser ouro, são penhores de honra; por meio deles você se apropria da energia dos homens que produzem. A sua carteira afirma a esperança de que em algum lugar no mundo a seu redor existem homens que não traem aquele princípio moral que é a origem da produção? Olhe para um gerador de eletricidade e ouse dizer que ele foi criado pelo esforço muscular de criaturas irracionais. Tente plantar um grão de trigo sem os conhecimentos que lhe foram legados pelos homens que foram os primeiros a plantar trigo. Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra.

Todo milionário que ficou rico em conluios com o estado deve ser condenado. Mas todo milionário – ou mesmo bilionário – que ganhou, digo, que produziu sua fortuna no livre mercado, criando valor para seus clientes, merece cada centavo que possui, pois nada tirou de quem quer que seja.

Rodrigo Constantino

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