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PMDB apresenta a “Proposta Temer” com viés mais liberal, mas país precisa de algo NOVO mesmo!
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Com raras exceções, políticos são como “caixas de ressonância”, que sentem mais o clima intelectual do que mudam tal ambiente de ideias. Os estadistas que lideram são poucos, e quando se trata de PMDB, então, são quase nulos. Logo, quando avaliamos as coisas que os caciques do PMDB dizem, isso deve servir mais como um termômetro, um indicador de para onde os ventos sopram, do que qualquer outra coisa.

E nesse contexto, o plano de ação imediata apresentado pelo partido para a área econômica nesta quinta indica bons ventos de mudança. A “Proposta Temer” tem um viés mais liberal e rejeita o excesso de intervencionismo estatal da era lulopetista. Fala até em mexer na CLT, nossas leis trabalhistas anacrônicas, acaba com a indexação do salário mínimo, inclusive em relação aos benefícios previdenciários. Na área externa, quer a inserção do país no comércio global, mesmo sem a parceria do Mercosul.

Prevê ainda a reforma do orçamento, com o fim de todas as  vinculações institucionais, o orçamento impositivo e o chamado “orçamento com base zero”. Até o regime de partilha na exploração de petróleo foi questionado pelo projeto, que conta com a colaboração de Delfim Netto, que deveria estar num dia de médico, e não de monstro. Temer estaria se preparando para assumir o comando do país, e mostrando com isso que sabe para onde devemos apontar?

Não dá para ver esse passo com maus olhos. Menos pela genuína convicção do PMDB em seguir numa rota mais liberal, e mais porque atesta a mudança gradual de mentalidade no país. O PMDB de bobo não tem nada. Percebeu que o barco intervencionista afunda, com o PT no leme, e não quer afundar junto. Notou também o crescimento do liberalismo no país, o surgimento do Partido Novo, que tem mais seguidores nas redes sociais que os demais.

Se o PMDB fala abertamente nessas reformas, é porque seu tempo chegou. O PMDB não lidera, ele reage. É uma medida de sobrevivência, para se distanciar do PT e capturar a insatisfação dos que cansaram de um modelo esgotado, que só gerou inflação e desemprego. O Brasil está preparado para, finalmente, viver uma experiência mais liberal. O PMDB sente isso, e quer ser protagonista.

Mas, no fundo, precisamos é de algo NOVO mesmo. O PMDB pode até ser auxiliar, até porque dificilmente as reformas serão aprovadas sem seu apoio. Mas não dá para esperar convicção ideológica do partido. Ele é uma alternativa imediata, uma ponte necessária para a travessia, até porque o Brasil não aguenta até 2018 com o PT e Dilma no comando. Essa agenda é bem-vinda, portanto, e o país estará melhor com Temer na presidência no curto prazo.

Só que não será o PMDB que guiará a nação rumo à liberdade, e esperar isso é ingenuidade. Teremos, sim, uma agenda liberal de verdade, o que nunca tivemos antes. Mas ela será liderada pelo NOVO, não pelo velho PMDB.

Rodrigo Constantino

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