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Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

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Ontem assisti um capítulo da novela da Globo. A novela do Sabiá. Toda novela tem um herói e nessa o “bem de vida”, o “benevolente” e “todo poderoso” era ele, o Sabiá, chefe do tráfico de drogas do morro.

Nas novelas da Globo todo empresário é bandido, corrupto ou cretino. Sujeitos comuns com moral elevada são descritos como idiotas caricatos.

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Leio agora que o jornal Extra, que também é da Globo, diz que vai tratar os assuntos policiais que se passam no Rio de Janeiro numa nova editoria que se chamará a “Guerra do Rio”.

A Globo tem que dizer o que ela pretende além de vender anúncios. Glamourizar a vida no morro tem qual propósito? Indignar a sociedade para tirá-la do eterno conforto da passividade ou querer desenvolver uma nova matriz de moralidade?

Eu sou tão contra o uso de drogas como sou contra essa guerra irracional e nefasta.

Ela é um paliativo que faz a sociedade sangrar ainda mais do que se a produção e o consumo de entorpecentes estivessem submetidos às regras do livre mercado, onde a concorrência preservaria mais a saúde e o bolso dos usuários para a satisfação do cliente.

A Guerra às Drogas atraiu para esse mercado (falsamente tido como clandestino, mas claramente onipresente, dominado por seres que se acham onipotentes) gente sem remorso e sem limites, que não respeitam a vida, a liberdade, a propriedade e a felicidade de ninguém.

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A Guerra às Drogas cria o cenário propício para a corrupção dos agentes do Estado que se abastecem do dinheiro do tráfico e dos impostos em proporções desconhecidas.

A Guerra às Drogas muda o entendimento de qual é o papel do governo e até onde podem as instituições e corporações estatais suprimir a liberdade individual sob o pretexto da tutelar pessoas adultas como se o Estado fosse o seu responsável.

Que mensagem bacana a Globo passa para os jovens – “vejam o que o tráfico proporciona” – lucros exorbitantes que permitem pendurar no pescoço do ousado chefão um quilo de ouro. Além disso, ter uma destacada participação em alguma reportagem que transforma uma ação policial em uma guerra entre Estados, com direito a editoria especial.

Leiam, leiam, a “Guerra do Rio”.

E sou contra a Guerra às Drogas como política pública.

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A guerra contra a inconsciência e a dependência é individual e ela deve ser travada contra as drogas entorpecentes tanto quanto contra os governos que nos submetem à opressão manipulando os nossos medos.