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Presidente pede para direita não brigar entre si: a cartada da ameaça petista para se blindar de críticas
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O presidente Jair Bolsonaro tem méritos, tem ministros muito bons, mas parece ter se distanciado bastante da bandeira ética por conta da situação de seu filho senador, com suspeitas de envolvimento em esquema de “rachadinha” no gabinete, e que tem se unido até ao PT para impedir a CPI da Lava Toga.

Por conta disso, o presidente se aproximou das figuras do pântano da velha política, conspirando contra a Lava Jato, segundo indícios e denúncias como aquela feita pelo senador Alessandro Vieira, que tenta instaurar a CPI da Lava Toga:

Neste cenário, Bolsonaro passou a ser alvo de muitas críticas dentro da própria direita. A postura do bolsonarismo, sempre muito arrogante e agressiva, em nada ajuda. Qualquer crítica, mesmo construtiva, sempre foi recebida com pedras e paus, e toda ação gera uma reação: a turma cansou do estilo truculento e mesmo boçal do núcleo duro do bolsonarismo.

Assustado com tantas críticas e a debandada de parte de sua base de apoio, o presidente tem feito apelos para não baterem tanto nele assim. Na escolha de Augusto Aras para a PGR, foi tão massacrado que suplicou, numa “live”, para que apagassem as críticas duras e lhe dessem uma chance. Ontem, voltou a pedir “paz”:

Tecla SAP: se me criticarem com os fatos que a imprensa mostra, o PT pode voltar. Atirem no mensageiro, mesmo que eu faça cagada!!!

Cada vez mais os bolsonaristas apelam para essa cartada da ameaça de volta do PT, o fantasma que tudo justificaria. Se você criticar o governo, então quer a volta da quadrilha de Lula! É uma tática surrada, manjada, e cafajeste. Leitores rebateram a mensagem do presidente. Eis alguns exemplos:

Bolsonaro pode demonizar a mídia, que merece críticas por seu viés ideológico mesmo, mas não vai adiantar atacar o mensageiro, por mais parcial que seja. Ainda é a imprensa que faz jornalismo investigativo, que levanta dados incômodos, que consegue furos de reportagem que colocam os poderosos em maus lençóis. Por isso todo governante odeia a liberdade de imprensa.

Felipe Moura Brasil mandou um excelente recado para a turma, cunhando a ótima expressão “militância de gabinete”:

Jornalista não pode ter espírito bovino, não pode ser passador de pano, bajulador de governo. E é essa postura, que alguns ainda mantêm, que tanto desespero causa nos poderosos. O andar de cima detesta quem faz perguntas difíceis, quem aponta problemas, quem cobra explicações e coerência.

Bolsonaro quer interromper a “luta” dentro da direita? É simples: mude!

Rodrigo Constantino

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