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Prisioneiros do passado: oportunistas têm cavado postagens antigas para destruir carreiras no presente
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O comediante Kevin Hart apresentaria o Oscar este ano, mas não deu: encontraram mensagens suas antigas nas redes sociais em que usava linguajar “não apropriado” para falar da homossexualidade. Não importa que o cara seja um comediante. Não importa que as mensagens tinham mais de década. A militância fez sua patrulha e a organização do evento cancelou o convite, enquanto era cobrado um pedido público de desculpas por parte do ator.

Esse caso é apenas uma gota no oceano. Temos visto com cada vez mais frequência a busca por qualquer “deslize” no passado para que carreiras sejam destruídas no presente. O mais novo alvo foi o apresentador da Fox News Tucker Carlson. O Media Matters, uma entidade financiada por gente como George Soros e que se dedica a caçar formadores de opinião conservadores, dedicou mais de cem horas de trabalho para rever material de Tucker. Quem procura, acha!

Um programa de rádio feito para chocar forneceu a munição que a turma “progressista” queria. Tucker apresentava um programa chamado Bubba the Love Sponge, cujo intuito era produzir polêmicas. Detalhe: a emissora responsável era a MNSBC, ultra-esquerdista. Em inserções entre 2006 e 2011, Tucker usou termos “inadequados” para se referir a minorias, tais como “fagget” (viado) para falar de gays, ou termos depreciativos para falar de mulheres. Não resta dúvida: a coisa era de mau gosto.

Mas esse não é o ponto principal. A afetação de revolta dos democratas é simplesmente a coisa mais hipócrita do mundo. Ninguém ficou chocado na época, e não houve controvérsia alguma. Até porque, apesar de apenas uma década, as coisas mudaram muito rápido no mundo por conta do “politicamente correto”. Piadas que eram tidas como normais há alguns anos seriam inaceitáveis hoje. Deixo o julgamento se a mudança foi para melhor ou pior com o leitor. O foco aqui é outro.

Pegar algo que alguém disse há mais de uma década para tentar destruir sua carreira hoje, sem sequer lhe dar a chance de simplesmente declarar que mudou de opinião, é uma tática pérfida de assassinato de reputação. Todos temos o direito de mudar, de admitir que falamos ou escrevemos bobagens no passado. Mas eis a tática da esquerda: se Tucker se curvar diante da patrulha e pedir desculpas, isso será prova de que ele era mesmo uma pessoa terrível; se ele se recusar a fazer esse jogo sujo, isso é prova de que ele é uma pessoa terrível. Cara eu ganho, coroa você perde!

Apresentadores da ultra-esquerdista CNN simularam indignação com as falas antigas de Tucker, numa demonstração de canalhice raramente vista. O duplo padrão sempre se faz presente: se Trump disser uma coisa que Clinton fez, a revolta será total com o republicano, e nula com o democrata. É esse o modus operandi da turma. E é por isso que Tucker Carlson fez muito bem em ignorar a armadilha e rebater ao ataque com mensagens curtas e diretas: o que disse está no passado, e a tentativa de cavar as falas dessa forma não passa de uma estratégia do Media Matters e da esquerda em geral para pressionar os anunciantes do seu programa, que é sucesso de audiência.

Quem de nós nunca fez uma piada de mau gosto? Quem nunca escreveu uma mensagem da qual se arrependeu depois? Esse tipo de patrulha é inaceitável. Esse esforço contínuo de mexer em tudo do passado das pessoas para ver se há alguma escorregada que possa ser usada hoje para destruí-las é algo completamente abjeto, indecente, imoral. Que tipo de sociedade estamos criando? É um grau de totalitarismo que nos remete à distopia de Orwell.

A patrulha virtual “progressista” exige que todos paguem pedágio ao “politicamente correto”. Tudo que você fez ou disse no passado, não importa há quanto tempo, pode e será usado contra você no tribunal populista das redes sociais. Infelizmente poucos têm coragem para desafiar essa turba. É uma situação deplorável, coisa de Black Mirror mesmo!

Rodrigo Constantino

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