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Professor bolsonarista perseguido por esquerda explica por que rompeu com governo
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O professor de filosofia na UFPE Rodrigo Jungmann ficou mais conhecido quando foi alvo de ataques e ameaças por parte de esquerdistas radicais por defender Bolsonaro. Ele foi alvo de pressão e até agressão dos “alunos” por mais de uma vez, e nesse vídeo há um desses confrontos:

Após a fala do presidente Bolsonaro referindo-se ao pai do presidente da OAB, porém, Jungmann viu a gota d’água ao apoio que tradicionalmente vinha dando ao bolsonarismo. Num breve texto publicado em seu Facebook, o professor explicou por que rompeu com o governo:

Aos militantes raivosos que não entenderam a enormidade da abjeção cometida por Bolsonaro eu já dou uma explicação:

Eu odeio o comunismo, eu acho a maior parte dos comunistas pessoas cegas, idiotas ou perversas, mas é simplesmente grosseiro e desumano supor que um comunista seja incapaz de amor filial.

Não se tripudia, não se debocha, não se fala em tom de pouco caso da perda de um pai.

Simples assim.

Entenderam agora o que deveria ser óbvio desde já?

Ou para muitos ser de direita no Brasil virou pretexto para deixar o superego de lado?

Orgulhosamente, faço parte da direita com superego.

”Ah, mas o que ele disse foi que os próprios comunistas mataram o pai do presidente da OAB”

A falta de evidência, o tom casual da declaração, sem consideração pelos sentimentos da família, tudo isso revela o mesmíssimo nível de baixeza. Para não mencionar o silêncio sobre algo de que ele supostamente tinha consciência há decênios, supondo que seja verdadeira a versão, e que teria a obrigação moral de informar aos interessados.

Certa direita me terá na conta de traidor.

Apenas não me furtei à tarefa de pensar. É que certa direita, em matéria de consciência moral, jamais vai além das quatro operações. É como se pedir conhecimento da fórmula de Bhaskara fosse uma demasia…

Sou mais de direita do que jamais fui.

Sou menos bolsonarista do que um dia julguei possível ser.

Incorrem em erro patente e grosseiro todos aqueles que confundem essas duas categorias.

Melhor dito, não sou mais bolsonarista em absoluto e me arrependo de um dia ter feito campanha para esse senhor.

Quero uma outra direita. Uma direita que pense. Minimamente, uma direita que pense antes de falar… coisa impossível para o atual supremo mandatário.

O que mais chama a atenção é como o governo vem perdendo apoio dentro da própria direita, que seria sua defensora natural. É quase como se muitos liberais e conservadores estivessem implorando para que o presidente e seus filhos não falassem ou fizessem tanta besteira, para que pudessem apoiar um governo que tem uma ótima equipe econômica liberal, um excelente ministro de Infraestrutura, Sergio Moro na Justiça combatendo a impunidade, e uma agenda reformista.

Mas para muitos conservadores a postura de Bolsonaro é inaceitável, o radicalismo de sua base é assustador, e a militância engajada nas redes sociais desce tão ou mais baixo do que petistas na hora de atacar desafetos, mesmo aqueles que são de direita.

A truculência, o ódio e a falta de empatia por parte de uma ala bolsonarista mostra que se trata de um movimento calcado no ressentimento, no desejo de vingança. Muitos votaram no PT no passado inclusive. A reação é psicologicamente compreensível. Ainda assim, perigosa.

Antes a desculpa para a truculência era de que estávamos numa guerra de vida ou morte contra o PT, uma quadrilha comuna. Mas hoje vemos o mesmo ódio contra liberais e até conservadores, e com Bolsonaro no poder! Lamento, mas o fio condutor é só o ódio mesmo. O resto é pretexto.

E ao parecer alimentar mais essa militância do que desejar agregar e falar para todos, o presidente afasta aqueles moderados e se cerca só de bajuladores oportunistas e fanáticos, impedindo a lufada de ar fresco das críticas construtivas. A tendência, se Bolsonaro insistir nessa estratégia, alegando que “é assim mesmo e não vai mudar”, será afastar mais e mais conservadores até restarem apenas os nacional-populistas toscos e autoritários. Uma pena…

Rodrigo Constantino

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